sexta-feira, 30 de julho de 2010

OCUPADOS DEMAIS PARA SE OCUPAR COM DEUS

Fica cada vez mais claro o que Jesus queria dizer aos discípulos quanto ao esfriamento da fé nos últimos dias. A pergunta que não quer calar ecoa em nossa geração: “...quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8). No Brasil, por exemplo, tirando o já cansado fervor das igrejas pentecostais tradicionais e o barulho retumbante (não passa disso) das ondas Neopentecostais (o plural se faz necessário em razão das muitas ramificações ou divisões, como queira), o que resta são igrejas desmotivadas, vazias, anacrônicas, apáticas, etc.

Nota-se que os crentes estão cada vez mais desinteressados pelos sermões, indiferentes quanto ao louvor e, o pior de tudo, avessos à vida devocional. Somamos a esta realidade espiritual a dinâmica frenética que envolve a imensa maioria das pessoas em nossos dias, onde as listas de prioridades excluem tudo o que não é tangível ou que não oferece prazer imediato. O resultado da fatídica equação se verifica nos cultos vazios, nas orações sonolentas, no louvor tétrico, na indiferença entre os irmãos e na prática ministerial reduzida ao profissionalismo medíocre e inócuo.

Como se não bastasse o cenário descrito acima, o que mais me choca é a constatação precisa de que muita gente de confissão cristã evangélica está tão atolada em seus compromissos seculares e cotidianos que já não consigo vislumbrar uma forma de convencê-los a dar meia volta e começar a iniciar uma agenda espiritual pró-ativa, participativa e mais fervorosa, espiritualmente falando. Como pastor, confesso que estou demasiadamente assustado com a indiferença dos crentes em relação aos cultos e demais atividades necessárias para a manutenção da vida espiritual. Mesmo sabendo que isso pode soar como mais uma reclamação ou exortação pastoral, apenas, chamo a atenção para o triste fato de que esta geração deveria estar mais preocupada em mostrar para as próximas gerações um Evangelho que vai além de nossos afazeres e ocupações do dia a dia; que não se limita às tarefas repetitivas de nossos mundinhos e que não fica relegado à disputa de tempo com o lazer e demais compromissos de somenos importância.  -  pr Aécio

Um comentário:

  1. Pastor, eu como crente novo, estou nesse caminho a menos de dois anos, e digo a você que tenho muitas dificuldades com relação a esse desânimo que diz no texto. É uma luta diária, as vezes minuto a minuto, não é fácil seguir a Deus, mais fácil é ser desonesto, corrupto, ou ficar esperando Deus fazer tudo por nós. Ter fé é buscar Deus, é suar a camisa, é por Deus em primeiro lugar. Se não colocamos Deus em primeiro lugar O deixamos por último, não tem meio termo, não da pra conciliar uma vida de prazeres com nossa busca espiritual, pois ou um perderá o sentido ou outro se tornará entediante.

    ResponderExcluir