Baseado em minha experiência ministerial, vejo na jornada de um pastor que a gente perde muitas coisas quando migra da pacata e cômoda vida de cristão comum, para esta agitada e atribulada vida – é um choque e tanto.
Que saudade daquele tempo em que a igreja representava apenas um lugar para exercitar minha fé; quando significava um refúgio para onde corria com a certeza de que ao menos um louvor uma palavra ou uma conversa com alguém amenizaria em maior ou menor grau as minhas inquietações.
Que saudade daquele tempo em que a igreja representava apenas um lugar para exercitar minha fé; quando significava um refúgio para onde corria com a certeza de que ao menos um louvor uma palavra ou uma conversa com alguém amenizaria em maior ou menor grau as minhas inquietações.
De todas as coisas que perdi, por exemplo, me atrevo a escrever sobre as que forem surgindo em minha mente:
• Perdi o direito de sentar num banco e ficar ali, quietinho, com a certeza de que não serei chamado a qualquer momento pra resolver isto ou aquilo.
• Perdi o prazer de contemplar e louvar o Criador sem as preocupações inerentes ao culto (liturgia; conforto dos ouvintes e funcionamento da estrutura da igreja).
• Perdi a liberdade de chegar à igreja sem antes ser abordado por alguém que tem um recado, uma novidade, uma confidência... uma fofoca.
• Perdi a ingenuidade típica daqueles que não conhecem o que acontece nos bastidores dos “poderes” eclesiásticos.
• Perdi o direito de simplesmente não querer me envolver, decidir ou opinar sobre a vida das pessoas.
Mas, justiça seja feita, não posso deixar de dizer que nem só de perdas se faz um pastorado.
Ganhei muito nestes anos de ofício pastoral. Ainda não me atrevo a dizer que mais ganhei do que perdi – seria piegas e hipócrita se o fizesse.
• Ganhei amigos, uma rede deles. Pessoas em quem posso confiar e sei que confiam em mim – descobri que amigos, ainda que poucos, são um bem necessário.
• Ganhei a oportunidade de conhecer as pessoas mais de perto e levei um susto! Descobri que o ser humano é de uma complexidade tão absurda que só mesmo o Criador para compreendê-lo em sua totalidade – isto me facilitou ajudar aos que me procuram mesmo sem entender porque agem, ou fazem isto e aquilo.
• Ganhei experiências mais profundas com Deus. Aprendi a depender e a confiar n’Ele mesmo quando dá tudo errado ou quando O sinto tremendamente distante ou alheio ao meu sofrimento.
• Ganhei uma consciência mais ampla de minhas próprias limitações, fraquezas, medos e demais contradições. Deixei de ser demasiadamente exigente e intransigente comigo mesmo e passei a cuidar mais de mim.
• Ganhei uma fé mais sóbria e mais consistente. Isto é, a fé que não depende de sinais, de eventos ou de sensações; a fé que não aumenta só porque alguma coisa deu certo e diminui porque algo deu errado.
- pr Aécio -
Agradeço a Deus por ser o senhor o meu pastor, que sei que cuida de mim e de todas as ovelhas da igreja.
ResponderExcluirApesar de ter perdido tantas coisas como descreveu acima, sei que ganhou muito em sabedoria de Deus para lidar com tantos problemas que surgem à sua frente.
"Que bom que o senhor existe e que Deus colocou minha família sob seus cuidados"
obrigado pela sua preocupação conosco, pelas suas orações a nosso favor.
Creio que nossa vida é diferente porque Deus nos fez ver a vida através do senhor, seus princípios , suas atitudes e seus ensinamentos baseados na Palavra de Deus. obrigado e que Deus abençoe o senhor e sua casa.
conte comigo sempre
A Paz
Beth
Oi, Beth!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário e incentivo.
Sei que posso confiar e contar com sua parceria. Deus a abençoe com toda sua casa!
Shalom!
pr Aécio
Amem!!
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