Tenho pensado muito nas questões que envolvem ministério cristão nos últimos dias. Não tenho nem mesmo me poupado de questionamentos que passam pela certeza do chamado; pelo preparo adequado e pelo real comprometimento com tudo aquilo que implica, que incide ou que é necessário para o bom desempenho e eficácia da práxis ministerial.
Outro dia li uma matéria no site da “Cristianismo Hoje”
que citava, dentre outras coisas, estatísticas levantadas numa pesquisa
mostrando o aumento de obreiros que abandonam as funções pastorais e afins,
assumindo a vida secular e dedicando-se a ocupações de cidadãos comuns. Os
motivos citados são dos mais diversos: Doenças, conflitos familiares, estresse,
pecados e outros.
Na verdade não tive nenhuma reação ao ler aquilo e, para
ser honesto, o fato de não ter me chocado com o que estava diante dos meus
olhos me preocupou mais do que os números elevados de ex-pastores ou
ex-obreiros que “abandonaram o cajado”.
Fiquei mais preocupado (pra ser honesto) por não ter tido nenhuma reação do
tipo: “Uau! Que absurdo! Que horror!”...
Pelo contrário! Tudo que estava ali me parecia muito previsível; tudo muito
comum e até certo ponto aceitável ou justificável. Então, confuso pela ausência de empatia momentânea, tirei um tempo para
refletir minhas próprias convicções, minha própria visão de chamado (e só do
meu chamado) e assim por diante. Parei para verificar minha própria resistência
à luz de I aos Coríntios 10.32, que diz “Aquele,
pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.”.
Conclui
mais uma vez que não posso me ufanar por não
estar naquela estatística, que devo vigiar ao máximo para não me deixar
dominar pela maldita síndrome do triunfalismo, tão comum em nossos dias –
aquela sensação burra que
faz com que muitos “engravatados de
púlpito” se sintam imbatíveis, fingindo grande parte do tempo que estão
mais para “homens de aço” do que para homens de carne e osso.
A propósito, é assim mesmo que muitos obreiros vão
levando suas vidas, seus relacionamentos familiares e demais interações
sociais: no limite. Vi (e vejo) muitos destes cambaleantes, outros se arrastando moribundos... E assim permanecerão, até
que se vejam num inferno existencial, num caos interior, ou até que assistam em
tempo real o filme de suas vidas terminar em desgraça absoluta.
Que Deus, tenha misericórdia de nós, pastores!
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