terça-feira, 19 de outubro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 4

A mornidão espiritual é um fenômeno que acontece de forma processual, devagarinho.
Aos poucos, vão se instalando comportamentos que se transformam em hábitos difíceis de seu livrar. Não, não pense que toda pessoa “morna” espiritualmente é imoral, sem vergonha ou desprovida de escrúpulos. Nem todos os que esfriam na fé são vitimados por pecados horrendos, como aqueles que causam escândalos retumbantes.
Numa leitura mais acurada, podemos ler nas entrelinhas de Ap. 3.18, que há fatores determinantes para que este fenômeno se instale na vida de um cristão e, de forma virulenta, se espalhe para congregações inteiras. Um destes fatores é formado pela dependência, confiança e preocupação demasiadas com a posse de bens materiais; com o fanatismo pelo bem estar e realizações pessoais a qualquer custo.
Vejo cristãos tremendamente engajados com as questões da vida material e secular, empregando toda energia na conquista de melhores empregos, casas, carros e outros bens. Porém, não os vejo empreendendo nem a metade desta energia para crescerem na fé ou servirem na obra de Deus.
Acho superinteressante quando alguém fala com muita ênfase sobre as noites mal dormidas e dias exaustivos dedicados no preparo do vestibular, por exemplo. No entanto, o mesmo que “se mata” para passar no vestibular pode achar absurdo dedicar-se uma hora para o devocional diário, freqüentar a Escola Bíblica, ou ir mais de duas vezes por semana à igreja!

Na mesma medida, observo também aqueles que se entregam de corpo e alma para realizarem seus sonhos de consumo e, em contrapartida, investem nada ou quase nada na aquisição de conhecimento bíblico e na manutenção de sua própria fé - penso que isto é uma questão de inversão de valores e, a julgar por estes comportamentos, a fé de muitos crentes valem nada ou quase nada mesmo.

Certa vez Jesus disse “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mt 6.21). Ou seja, aquilo a que reputarmos maior valor será o que dominará nossas vidas, podendo chegar até mesmo a nos afastar da presença do Senhor. Muitos crentes estão desviados em função do excesso de trabalho e dedicação extrema às conquistas pessoais (e materiais).

Nossas igrejas estão cheias de “mendigos” espirituais andando de carro importado! Eles têm “grana”, mas não têm o fogo do Espírito; eles têm roupas importadas, mas estão despidos da Graça Salvadora, que livra o homem da desgraça eterna; eles têm bons planos de saúde, mas estão horrendamente enfermos na alma; eles freqüentam restaurantes caríssimos, mas suas almas estão desnutridas, famintas, porque há muito desprezaram o Pão Vivo; eles podem viajar e se divertir em lugares paradisíacos caros, mas correm o risco de jamais pisar no lugar que Ele preparou para todo aquele que O ama acima de todas as coisas!

Nas últimas décadas, para piorar a situação da Igreja – que já não andava boa –, surgiram teologias e movimentos controversos que corroem o Corpo de Cristo por dentro.
Teologias diabólicas e movimentos infernais, ambos supostamente apoiados por trechos bíblicos isolados do contexto, que têm afetado os sentidos do povo de Deus, em especial a visão. Isto pode ser constatado tanto pelo enorme contingente de ministros, como das multidões de crentes comuns que só têm olhos para coisas atraentes desta vida, porém, são cegos para as realidades espirituais.
Como Igreja, temos pago um preço altíssimo pela cegueira na área de evangelismo, discipulado e missões – por exemplo. Precisamos urgentemente de uma libertação na questão da visão espiritual. Nossas igrejas correm perigo e estão sofrendo terrivelmente nas mãos de ministros e crentes totalmente cegos para o que é eterno. Só a unção com o colírio do céu abrirá suas visões, a fim de que enxerguem além de seus próprios umbigos – antes que seja tarde demais! - pr Aécio

Nenhum comentário:

Postar um comentário