Engana-se quem pensa que só aqueles que cometem pecados horrendos, que não esboçam nenhum arrependimento ou vontade de abandoná-los é quem mais se afastam dos caminhos do Senhor. A maneira como muitos crentes conduzem a dinâmica de sua fé também pode responder a questão acima sem mais delongas.
Minha experiência em liderança e pastorado garantem – com pequena margem de erro – que crentes não dados ao cultivo da vida devocional, indiferentes a cultos, relapsos quanto aos estudos bíblicos, distantes das orações, resistentes à comunhão com outros irmãos e demais atividades próprias da experiência cristã são mais suscetíveis a desanimarem e até se afastarem totalmente do Evangelho – alguns chegam mesmo às raias da apostasia!
Em sua Carta aos crentes de Filipos, Paulo os exorta dizendo “... operai a vossa salvação com temor e tremor...” (2.12) – na NVI ficou assim: “... ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor...”. Com isto, o apóstolo pretende preservá-los de muitas dores de cabeça comuns àqueles que confessam a fé cristã, mas permanecem estagnados ou inativos.
Todos já ouviram aquela frase “quem não trabalha, atrapalha e dá trabalho”. Pois é, é verdade! Crentes inoperantes representam preocupação permanente para pastores e líderes.
A inatividade espiritual pode levar os crentes a uma zona perigosa, na qual se acomodarão e encontrarão motivos suficientes que poderão até justificar sua inoperância. Geralmente, nesta “zona”, estão presentes desculpas (esfarrapadas) aparentemente lícitas e até aceitáveis: trabalhando demais, estudando demais, namorando demais, viajando demais, enfim, ocupados demais com isto ou aquilo. Em outras palavras: estarão tão ocupados com as demais dinâmicas seculares, terrenas ou práticas que não poderão perder tempo com questiúnculas espirituais!
São comuns crentes modernos – diga-se de passagem –, cada vez mais tendentes às futilidades contemporâneas, acharem um horror permanecerem duas horas numa igreja, orando, louvando ou ouvindo sermões abençoadores. Porém, estes mesmos crentes, não reclamam de gastarem horas em academias, em shoppings, em estádios, em shows, em clubes, em cinemas e restaurantes, pizzarias, etc. – em muitos casos gastando inútil e estupidamente dinheiro, tempo e energia.
Não dar a devida atenção às praticas espirituais mínimas que dinamizam ou operacionalizam a fé é suicídio espiritual, é pedir para morrer (na fé)! O fato é que crentes que procedem assim, gradualmente vão se tornando frios e indiferentes, provocando em si mesmos efeitos que podem culminar no afastamento total da realidade cristã.
Diante do exposto, o que para muitos pode parecer fraqueza ou esfriamento espiritual, para mim não passa de falta de atenção, é desleixo da fé mesmo! – pr Aécio