quarta-feira, 29 de setembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 1

Eles se tornaram apáticos, indferentes. Os crentes daquela igreja perderam a nocão do santo e do profano. Já não sabiam onde começa e onde termina a santidade, apostataram. Isso lembra alguma coisa? Sim, nos remete à situações muito parecidas com nosso contexto atual, onde indivíduos e igrejas inteiras subvertem à fé e causam estragos ao testemunho do Evangelho.

Se pudéssemos fazer uma escala de responsabilidades, recairia sobre a liderança de Laodicéia a maior parte. O líder, o anjo da igreja, é denunciado, dissecado e exposto por aquele que é “testemunha fiel e verdadeira” – estaria Jesus afirmando nas entrelinhas que aquele líder teria de enfrentar às claras Aquele que conhecia tudo o que ele praticava no escuro? Sim, óbvio! Assim como já fez, irá fazer com muitos líderes de hoje que são extremamente zelosos na pregação, no cuidado com a aparência e no trato com as pessoas, porém, quando nossos olhos não os alcançam... Ai, ai, ai! Muitos destes mentem para suas esposas e filhos, se prostituem, se contaminam com pornografia, subornam, roubam e cometem um sem número de pecados. Não cometem todas estas coisas, como também compram e calam as vozes dos fracos, entretanto, nunca comprarão a “fiel testemunha” que conhece o que acontece nos solitários quartos de hotéis onde se hospedam conferencistas de renome, ou das tramas que se desenrolam nos gabinetes isolados das vistas dos fiéis, etc. Nada disto ficará impune!

A mornidão característica daqueles crentes, em Laodicéia, era causada pela mundanidade (ou mundanismo). Isto também acontece em nossos dias. O mundo exerce atualmente tanta pressão e influência sobre a Igreja que muitos cristãos desprovidos da presença do Espírito Santo, reproduzem em seu way of life tudo o quanto veem, ouvem e leem, deixam-se absorver pelas modas, pelos costumes e pelos traços culturais pervertidos. Por exemplo, a cultura do “ficar” veio para ficar, transformando muitos jovens em fornicários contumazes – já não é tão incomum namorados “crentes” dormirem juntos e transarem sob os auspícios dos pais (também “crentes”). A onda das “baladinhas gospel” arrebanha adeptos e toma proporções gigantescas, fazendo com que algumas “festinhas de crentes" se pareçam com os típicos inferninhos dos bailes funk e das raves movidas por aquelas horríveis músicas psicodélicas, tipo “bate-estaca”.

Mas, Ele não faz média – como o fazem os pregadores 171. Todo mundo tem que saber que com Ele não há meio termo, meio crente, nem meio santo ou meio convertido. 
Tem muitos pregadores por aí alisando a cabeça de endemoninhado, inconverso e ímpio que não quer mudar de vida.
No afã de encherem seus auditórios e não perderem público (e dízimos), muitos pastores praticam a condescendência com diversas práticas pecaminosas ou simplesmente se omitem, com medo de perder o filão! Mas com Ele não é assim. Sem rodeios, Jesus dá o recado: “...vomitar-te-ei da minha boca..."! - pr Aécio

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SOBRE A IDOLATRIA EVANGÉLICA


“Portanto, meus amados, fugi da idolatria.”  -  I Co 10.14

A idolatria evangélica se consolida de maneira incontestável. Não há como escapar das evidências gritantes que denunciam esta crescente onda de se prestar culto a deuses que vão sendo criados, sacramentados e adorados nos altares levantados pelo povo outrora avesso a tal prática.

Os templos deixaram de ser lugares de adoração e se transformaram lugares adorados. 
A idolatria por templos há muito vem se instalando entre as denominações que disputam a primazia arquitetônica. A idolatria aqui se configura nos milhões investidos em igrejas repletas de artifícios high tec, mas podem se manifestar no pretencioso e ambicioso futuro centro de romaria gospel que a seita IURD irá construir em São Paulo.
Podemos encontrar templos que consumiram milhões em dízimos e ofertas que hoje estão abandonados, porém, o cúmulo do absurdo é saber que há até denominações cometendo a insensatez de transformar templo em museu!

A pastorlatria, a bispolatria e a apostolatria chegam a níveis tão escabrosos que alguns deles já se auto intitulam “pais” e “patriarcas” – isto é idolatria pra diabo nenhum botar defeito!
Homens e mulheres que deveriam levar as pessoas a adoração ao único Deus, roubam a glória do Criador com suas excentricidades e performances recheadas de efeitos especiais; com técnicas de oratória e muito, muito jogo de cena. Estes são capazes de gerar catarse coletiva em estádios lotados de gente ignorante das verdades bíblicas. Os tais estão longe da vida piedosa e da santidade características de verdadeiros servos de Deus.

Na era das celebridades instantâneas, cantores, bandas e outros artistas do meio evangélico levam platéias ao delírio – platéias estas, em sua grande maioria, atraídas pelos espetáculos de luzes e sons ou simplesmente interessados em seus ídolos, nada mais. Alguns ensaiam gritos que confessam seus pecados ao escancararem sua apostasia: “...cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.

Não poderia deixar de comentar sobre as famigeradas e idolátricas campanhas e correntes que se instalaram de tal maneira nas mais distintas denominações, deformando a prática da fé de tal forma que muitos crentes de hoje são tão viciados em patuás e mandingas à moda evangélica  que muitos deles não dão um passo sequer sem certas práticas ritualísticas, ou sem seus objetos de sorte. É fogueira santa pra cá; é sal grosso e rosa ungida pra lá... Enfim, tudo tão semelhante ao paganismo e pra macumbeiro nenhum botar defeito!

Mas, ainda há muitas coisas que os crentes modernos idolatram. Em tempos de supervalorização da estética e apego material, há muitos crentes que idolatram seus próprios corpos, que dedicam horas e horas para alcançar um bumbum perfeito, mas não encontram tempo para orar e praticar devocional bíblica. Há os que idolatram seus bens, suas famílias, seus hobbies, suas empresas, suas agendas e até suas carreiras.

Toda idolatria é demoníaca, logo, crentes idólatras estão desviados e não têm parte com Deus. É preciso que haja reconhecimento de que tais práticas são reprováveis; faz-se também necessário o arrependimento e conversão genuínos, seguidos de sincera decisão em viver sob o domínio do Espírito Santo e a regência da Palavra. Só assim haverá libertação.  -  pr Aécio

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ACRÓSTICO - 2










Com que direito tornas a vida do outro difícil, se precisas de

Outro que facilite a tua?

Não, não é sábio!

Fazer o outro sofrer é falta de

Inteligência! É doença?! Ou...

Demência?!

Êia... Medite, pense, raciocine:

Não é sábio desprezar aquele de quem um dia poderás precisar!

Cuide das pessoas! Amando-as ou não, abrace-as e

Insistas para que nunca te abandonem.

Assim, tua vida poderá ser mais amena e nela verás muito mais

Sentido.

- pr Aécio -

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

COISAS DE PASTOR

Baseado em minha experiência ministerial, vejo na jornada de um pastor que a gente perde muitas coisas quando migra da pacata e cômoda vida de cristão comum, para esta agitada e atribulada vida – é um choque e tanto.
Que saudade daquele tempo em que a igreja representava apenas um lugar para exercitar minha fé; quando significava um refúgio para onde corria com a certeza de que ao menos um louvor uma palavra ou uma conversa com alguém amenizaria em maior ou menor grau as minhas inquietações.
De todas as coisas que perdi, por exemplo, me atrevo a escrever sobre as que forem surgindo em minha mente:

• Perdi o direito de sentar num banco e ficar ali, quietinho, com a certeza de que não serei chamado a qualquer momento pra resolver isto ou aquilo.

• Perdi o prazer de contemplar e louvar o Criador sem as preocupações inerentes ao culto (liturgia; conforto dos ouvintes e funcionamento da estrutura da igreja).

• Perdi a liberdade de chegar à igreja sem antes ser abordado por alguém que tem um recado, uma novidade, uma confidência... uma fofoca.

• Perdi a ingenuidade típica daqueles que não conhecem o que acontece nos bastidores dos “poderes” eclesiásticos.

• Perdi o direito de simplesmente não querer me envolver, decidir ou opinar sobre a vida das pessoas.

Mas, justiça seja feita, não posso deixar de dizer que nem só de perdas se faz um pastorado.
Ganhei muito nestes anos de ofício pastoral. Ainda não me atrevo a dizer que mais ganhei do que perdi – seria piegas e hipócrita se o fizesse.

• Ganhei amigos, uma rede deles. Pessoas em quem posso confiar e sei que confiam em mim – descobri que amigos, ainda que poucos, são um bem necessário.

• Ganhei a oportunidade de conhecer as pessoas mais de perto e levei um susto! Descobri que o ser humano é de uma complexidade tão absurda que só mesmo o Criador para compreendê-lo em sua totalidade – isto me facilitou ajudar aos que me procuram mesmo sem entender porque agem, ou fazem isto e aquilo.

• Ganhei experiências mais profundas com Deus. Aprendi a depender e a confiar n’Ele mesmo quando dá tudo errado ou quando O sinto tremendamente distante ou alheio ao meu sofrimento.

• Ganhei uma consciência mais ampla de minhas próprias limitações, fraquezas, medos e demais contradições. Deixei de ser demasiadamente exigente e intransigente comigo mesmo e passei a cuidar mais de mim.

• Ganhei uma fé mais sóbria e mais consistente. Isto é, a fé que não depende de sinais, de eventos ou de sensações; a fé que não aumenta só porque alguma coisa deu certo e diminui porque algo deu errado.

- pr Aécio -

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

“MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM” – Jr 17.7

Esta afirmativa bíblica é muito forte, concordo, mas creio que ela encerra uma reflexão necessária, sobre em quem realmente podemos confiar numa época onde a fidelidade das pessoas nas relações e demais dinâmicas interpessoais é fluidificada e fragilizada por causa das intenções e interesses cada vez mais exclusivistas, vaidosos e fúteis.

Você já deve ter ouvido frases do tipo “Não confio nem em minha própria sombra!”. Pois é assim que muitas vezes nos sentimos quando somos envolvidos por uma onda de desconfiança e descrença nas pessoas - e isto é péssimo, é horrível.

Não poder confiar nas pessoas; não poder desfrutar de amizades arraigadas em níveis máximos de confiança é algo desalentador, além de estressante.

A quem confiar segredos?
A quem abrir o coração, rasgar a alma?
A quem recorrer quando as emoções se confundem?
A quem pedir socorro quando as tentações se tornam insuportáveis?
A quem pedir ajuda na necessidade com certeza de não vai se tornar refém do favor?

Esta as muitas outras perguntas se tornaram difíceis, às vezes impossíveis de se responder, dada a carência de pessoas realmente dignas de confiança, que não queiram simplesmente especular nossas carências e debilidades – sem falar daquelas que querem apenas tirar proveito das outras, imbuídas do predatório comportamento “sangue-suga”.

Em todas as circunstâncias em que as relações humanas são imprescindíveis, só é válido, aceito e útil o mais alto grau possível de confiança, caso contrário, se instalam “vícios” comportamentais que podem permanecer em estado refratário por vários anos, ocasionando um permanente clima de tensão; ou, então, em drásticas rupturas com possibilidades de tragédias, como aquelas que terminam em crimes passionais, por exemplo, como no caso das relações amorosas onde se constatam infidelidade.

A crise de confiança se instalou de tal maneira em nossa sociedade, que não é só nas pessoas que encontramos dificuldade em confiar. Não confiamos no Estado; não confiamos em muitas empresas de bens de consumo ou de serviços, enfim, estamos encurralados.

Mas, nem tudo está perdido! Podemos nos esforçar para sermos pessoas dignas e merecedoras de confiança.
Não existem cursos ou métodos que se proponham a nos tornar realmente confiáveis. Mas, podemos adotar um estilo de vida onde nossos comportamentos evidenciem honestidade, justiça, amor e real interesse pelas pessoas – com suas carências físicas, emocionais, espirituais, etc. Creio que, se fundamentamos nossas amizades e demais atividades da vida sobre estes quatro pilares, poderemos, aos poucos, conquistar a confiança plena de todos à nossa volta. – pr Aécio