sexta-feira, 26 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 7

NOVA!!!

Uma das marcas das igrejas modernas é o triunfalismo ufanista.
Nas mensagens, nas músicas e na literatura cristã atual o que não faltam são as declarações eufóricas de vitória.
“Decrete a sua vitória, irmão!” é o jargão que mais se ouve nos currais evangélicos afetados pelas teologias enlatadas, importadas das academias de falsos profetas americanas e despejadas por aqui desde meados dos anos 80.

Quando se fala em vencer logo vem à mente da cristandade hipnotizada pelos gurus da fé capitalizada o cifrão, a ascenção social, o iate, o carro importado e a viagem dos sonhos. Mas, as teologias que enfatizam o triunfalismo baseados em “coisas” são tão frágeis que, se tirarmos estas “coisas”, desmontamos suas teses como um castelo de cartas. Nem a maior denominação brasileira, edificada sobre o instável terreno da teologia da prosperidade – a IURD – escaparia da falência, e fatalmente não sobreviveria 10 anos mais se tirassem de sua cartilha as “campanhas”, “correntes” e “sessões” pautadas nestes ensinos, por exemplo.

As 7 cartas às igrejas da Ásia, em Apocalipse 2 e 3 concluem suas exortações com indicações de que há dentro de cada uma delas uma classe de fiéis que se destacam dos demais – são os vencedores, indicados pela frase “Ao que vencer...”.
A que espécie de vencedores se dirige o Espírito Santo? Seriam aqueles que estariam em melhores condições financeiras do que os outros? Ou os que estariam mais bem situados socialmente? Não, mil vezes não! Os vencedores mencionados nas entrelinhas ali são aqueles que não cederam às pressões das perseguições; que não se dobraram às heresias; que não sucumbiram em meio à tortura e não abriram mão da santidade.

A o espírito da igreja de Laodicéia exerce influência direta em todas as denominações que insistem em oferecer a falácia do evangelho da prosperidade, que enfatizam o possuir coisas e conquistar status aqui e agora, em detrimento aos valores mais elevados. Milhões de pessoas são enganadas todos os dias, nos púlpitos e nas redes nacionais das TV’s e rádios, pelos pregadores mecenários mais preocupados em garantir o aumento de seus patrimônios pessoais do que no bem estar daqueles que insistem em acreditar em suas mentiras. Aqueles querem vencer a miséria, estes abusam da miséria alheia.

“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono...” é o que promete Jesus aos vencedores que resistem bravamente à operação do erro que imperava em Laodicéia. Não, o Espírito Santo não prometeu pra eles nenhuma condição de vitória imediatista, nem posses materiais. Jesus faz uma promessa para a eternidade – aliás, tudo o que diz respeito à eternidade há muito vem saindo do rol de ambições e prioridades dos crentes modernos. O que vejo são os muitos cristãos metidos, orgulhosos e arrogantes, exibindo bens materias como se isto fosse o maior sinal da benção de Deus para Seus filhos – que é um grande equívoco. Carro importado, casa luxuosa, dinheiro e qualquer outro bem terreno não poderão nunca se comparar à esperança de reinar com o Senhor Jesus na eternidade. Estúpido é quem prega e defende a tese de que possuir coisas e galgar posições sociais é o maior atestado de vitória e benção de Deus... Mais estúpido ainda é quem acredita nisto e segue a quem prega e defende estas bobagens. – pr Aécio

sábado, 20 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 6

NOVA!!!

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20)

O versículo acima é o ponto alto deste capítulo, visto que ressalta mais uma vez a Graça de Deus sempre à disposição do pecador, oferecendo lhe a oportunidade de se reconciliar com Ele mesmo – “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.19).

Há muita gente perdida fora, mas dentro das igrejas também há muitos que ainda não têm a certeza da salvação. Milhões de crentes estão desviados dos caminhos do Senhor, conformados em serem meros frequentadores de cultos, mas, no entanto, suas práticas os denunciam. Fumam, bebem, roubam, mentem, traem seus cônjuges e cometem os mais horríveis pecados sem se incomodar de que serão arrastados para o inferno, sob a pena de terem conhecido o Deus da Graça, mas optaram em fomentar sua própria desgraça.

O convite ao arrependimento dos versículos em análise é a prova cabal de que por mais repugnante que seja a situação do pecador Ele continuará buscando-o. Ele mesmo sabe que o pecador por si só não terá satisfatórias condições para promover sua própria redenção. Nenhum ser humano, por mais bonzinho que seja conseguirá produzir arrependimento e mudança de vida naturalmente. Paulo escreve com propriedade sobre o assunto em Romanos 7.18, referindo-se à natureza humana: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum”.

Mas é preciso um ato voluntário, o “abrir a porta”. Isto sim fica por conta do pecador que, reconhecendo sua pecaminosidade, dá a si mesmo a oportunidade de ter sua vida mudada por completo. Sim, pois não há quem tenha deixado Deus entrar em sua vida que não tenha experimentado uma revolução radical em todos os aspectos dela.
Além de ter experimentado pessoalmente a transformação proporcionada pelo Evangelho, ao longo dos mais de vinte anos nos quais sirvo ao Senhor tenho o privilégio de conhecer uma infinidade de pessoas que foram mudadas por completo, transformadas totalmente. Não importa se é o idólatra que deposita sua fé em ídolos, se é o traficante que destrói comunidades inteiras ou se é o político corrupto. O fato incontestável é que o Evangelho de Cristo salva o mais terrível e miserável pecador; e quando Deus visita o pecador que abre a porta, a transformação vem.

O único pecador que o Evangelho não toca e Cristo não transforma é aquele que mantém a porta de seu coração fechada com o ferrolho do pecado. Muita gente procede assim: Quer os favores do Evangelho, mas não querem abandonar o pecado. Desejam o céu, mas não abrem mão da balada, da promiscuidade e dos vícios. Enquanto Jesus se oferece a cear com pecador, apresentando a Si mesmo como pão do céu e água da vida muitos preferem se banquetear com os dejetos deste mundo.
O momento mais oportuno para aceitar este convite é agora mesmo. Portanto, caso o amado leitor ainda não tenha entregue sua vida ao Senhor Jesus, faça-o neste instante e experimentará a vida nova que só Ele pode oferecer.
Faça uma oração de entrega, convidando-O a entrar em sua vida e certamente durante a oração já sentirá Sua presença e refrigério. Não precisa repetir as mesmas palavras, mas sua oração pode ser assim:

“Deus Pai, reconheço que sou pecador e recebo a Jesus Cristo, Teu Filho, como único Senhor e Salvador. Aceito o convite do Cristo que morreu na cruz para me salvar e permito que Ele entre em minha vida, que transforme-a para Teu louvor e Glória. Que o Teu Espírito me ajude a cumprir Tua vontade e viver segundo a Tua Palavra. Amém!” pr Aécio

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 5

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”

Pregar e ensinar sobre Deus repreendendo e castigando o pecado em nossos dias é estar disposto a ver caras feias e bocas retorcidas, e até perder membresia (ou será freguesia?) da igreja.

Na medida em que o tempo passa, passa também a percepção de que o amor de Deus não abre mão da repreensão e da punição devida, quando o pecado está em franca atividade na vida de um crente, ou de uma igreja. Não, não consigo visualizar Deus com um chicote na mão, açoitando os impenitentes como um algoz, ou como um pai severo que despeja sua fúria no filho rebelde toda vez que este faz algo que o desagrade. Não consigo imaginar Deus ofegante, à espreita da primeira oportunidade para demonstrar sua indignação. Entretanto, não consigo visualizar um Deus passivo e subserviente, omisso e condescendente com o pecado, com as heresias e com a apostasia.

As teologias modernas, encabeçadas pelo câncer conhecido como teologia da prosperidade tratou de caricaturar a imagem de Deus como se Ele fosse uma espécie de gênio da lâmpada, um bom velhinho escravo dos prazeres e deleites humanos, e só isso.
Muitos cristãos em nossos dias não servem a Deus, querem ser servidos por Ele, logo, elaboram em suas mentes a falsa idéia da ausência da retaliação necessária quando pecam, por exemplo. Por isto a gente tem tanto crente “meia-boca”... O que não faltam em nossas igrejas são crentes fajutas e isto se dá por esta falsa interpretação do caráter de Deus; do Deus que odeia, abomina o pecado e está disposto a despejar sua sentença – ainda que toda sentença decretada por Ele tenha como fundamento a disciplina correcional, pois não tem prazer na destruição ou na desgraça alheias.

Não teria nenhuma dificuldade em listar uma infinidade de passagens e versículos Bíblicos para ratificar a exposição acima, mas quero me concentrar no comentário do versículo em epígrafe. Observe que a punição não abre mão do amor e não há contradição nenhuma nisto! Gosto muito de ler Hebreus 12.6 quando diz que “... o Senhor corrige a quem ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. Como pai que sou e tendo que corrigir minhas filhas de vez em sempre, consigo entender esta afirmação plenamente, sem nenhum conflito! Portanto, como filho de Deus também, quero estar sempre disposto a aceitar Sua correção sempre que se fizer necessário!

A liderança da igreja de Laodicéia recebe um ultimato, extensivo a toda igreja: “Sê pois  zeloso e arrepende-te”. A palavra é dura, mas revela em seu bojo o desejo de Deus em ver o pecador arrependendo-se e voltando-se para Ele. Seu desejo é que o desviado pecador se esforce e mude de atitude, que reconheça seu estado deplorável e mude de vida. – pr Aécio

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ELEIÇÕES: POSLÚDIO

Acabou a agitação da época das eleições... Já não era sem tempo!
Até que chegue a próxima, fica o rescaldo e os pequenos focos fumegando – política é fogo mesmo. Aliás, nesta matéria conclui que a igreja brasileira está mais política que evangélica. Sério! Acho que se a gente não abrir os olhos, daqui a pouco teremos algumas fachadas com as seguintes inscrições nas placas: “Partido Universal do Reino de Deus”, ou “Partido das Assembléias de Deus”, ou ainda “Partido do Movimento das Igreja Pentecostais e Independentes”- e por aí afora.

Parece piada, mas não é. Ontem à noite (03/10/2010), zapeando à procura de alguma coisa interessante, parei na TV Senado e assisti um pouco do primeiro dia de trabalho da casa – nada interessante por sinal. Mesmo indiferente, estanquei o controle na fala de certa senadora do PT, que oscilou entre o combate do preconceito aos nordestinos ressuscitado e deflagrado via Twitter, e a vitória da candidata de seu partido. Neste ínterim, outro senador (evangélico) pediu um aparte, e falou mal dos evangélicos que falaram mal da Dilma... Crente falando mal de crente no Senado Federal pra todo mundo ver. Que lindo! Que nome a gente dá pra isso? “Desavença evangélica federal”?! Sei lá...

Tenho batido forte neste incômodo dilema da igreja brasileira, que já é divididíssima em várias questões. Pois bem, nas eleições se dividiu mais?...
Então, o que parecia impossível aconteceu: aumentou o abismo que divide a igreja evangélica brasileira! Sim, não bastassem as posições teológicas, as diferenças doutrinárias e as “frescuras” dos costumes, agora temos que dormir com este barulho: Temos nossas diferenças nas ideologias políticas e partidárias! Que horror!

Teve até pastores que quase chegaram às vias de fato... Isso mesmo, entre ameaças de bofetada e troca de ofensas, pudemos assistir cenas deploráveis, protagonizadas por homens que têm a reponsabilidade de ser “exemplo dos fiéis” (I Tm 4.12) – e que exemplo, hein?!
Os púlpitos, outrora reverenciados (às vezes até sacralizados), se tornaram mais um espaço útil pra se fazer campanha. Nas falas impregnadas de falsa moralidade, alguns pastores exageravam na rasgação de seda. Frases ensopadas de demagogia e falso pieguismo induziam os fiéis com chavões enviesados: “Vamos orar pelo nosso ilustríssimo candidato”... “nossa denominação apóia (leia-se vota) o candidato tal” – preste atenção nos grifos... Sentiu a hipocrisia?! Mas, infeliz mesmo foi a frase de um tal apóstolo: “Se você confia em mim, vote no fulano” – manipulação mais radical do que essa impossível.

Pra mim, estas eleições deixaram algumas marcas indeléveis. Uma delas foi a do Tiririca – que palhaçada. Outra marca interessante foi a “violenta” guerra de bola de papel e saco com água, deflagrada no segundo turno da disputa presidencial. A marca deixada pelas esquecidas e decadentes ex-celebridades no pleito, mostrou que vale tudo pra ressuscitar a fama, tudo mesmo.
Contudo, as marcas deixadas pelas igrejas arrendadas aos partidos políticos, bem como a dos escandalosas pastores posando em santinhos e expondo-se como puxadores de votos sem nenhum pudor nas nos horários de propaganda obrigatória, estas sim, são dignas de nota, pois deixaram nódoas que dificilmente se apagaram da minha mente, e da de muitos outros que ainda acreditam que a vocação da Igreja não é política, mas evangélica. – pr Aécio