sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ 2011!

Para todos os amigos do Pulpito Virtual um muito obrigado pelo carinho e parceria. Que nosso grande e eterno Deus lhes propicie um ano cheio de Sua presença! - Pr Aécio 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AS ESQUISITAS SUPERSTIÇÕES DE FIM DE ANO

Que me perdoem os “ofendidinhos” de plantão pelo título aparentemente grosseiro, mas é difícil a gente encontrar algum temos que defina esta teatralidade sem noção. Para mim, pular sete ondas de costas, atirar oferendas ao mar, vestir esta ou aquela cor, comer ou não comer isto e aquilo, etc., acreditando que terá mais sorte no amor, carreira ou qualquer outa área é um monte de tró-ló-ló e blá, blá, blá... É uma santa ignorância (se é que existe ignorância sagrada)!
Vale lembrar que mais uma vez é o comércio quem leva a maior vantagem em cima da insensatez do povão alucinado.

De certa forma vejo tudo isto também com uma grande exposição ao ridículo, quando as pessoas se apegam a tais práticas supersticiosas sem nem mesmo saberem explicar suas origens, fundamentos. O mais intrigante e o que acho pior, é como se cada final de ano se estendesse um enorme tabuleiro de apostas, aonde as pessoas vão arriscando e apostando em tudo para ver se levam a sorte grande.
Muitas destas pessoas, adeptas a estas práticas, fazem uma verdadeira química de crenças, misturando tudo para ver se ao menos alguma delas funcionará. Elas vão às missas; visitam o terreiro; consultam o astrólogo ou o tarólogo; tomam passe do pai de santo; passam pela campanha do descarrego na Universal; visitam as campanhas evangélicas que prometem o céu na terra e se deixam benzer para espantar o mau agouro. Finalmente, quando chega o último dia do ano, próximo da meia noite complementam a alquimia com as mencionadas práticas. Tudo isto para garantir um ano de sucesso – sucesso aqui é uma palavra de múltiplos sentidos, pois cada um tem sua própria concepção. Por exemplo, há quem chame sucesso poder manter o caso com a amante sem a esposa descobrir, e quem ache uma maravilha o enriquecimento ilícito, o roubo, a safadeza, etc.

As superstições de final de ano soam como um atalho, uma tentativa de se eximir da responsabilidade e do compromisso de viver justamente; de praticar atos de justiça; de honrar compromissos; de investir em relacionamentos saudáveis; de ser honesto com as pessoas; de ser verdadeiro e autêntico; de não se deixar corromper sob nenhuma alegação; de ser empático; de ser generoso e altruísta.
Além de todas estas coisas, as superstições de final de ano demonstram que depende de sorte aquele que não teme a Deus, que não O honra e nem O tem como Senhor em sua vida.

As superstições de fim de ano são para aquele que não conhece a Palavra De Deus. Esta não nos deixa ser levados ao escorregadio e instável terreno da sorte, do contrário, nos posiciona na rocha firme e eterna. Esta é a diferença!

Apelo: Abandone as superstições, viva a Palavra de Deus, pratique a Bíblia!

- pr Aécio -

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O ESPÍRITO NATALINO, AS COMPRAS, A COMILANÇA E MUITA HIPOCRISIA

O LADO SOMBRIO DAS FESTAS DE FIM DE ANO
 
Todo final de ano é sempre igual. Aproximadamente da segunda quinzena de Novembro em diante começa a catarse geral: Quase todo mundo tomado de vontades, sentimentos e sensações que ninguém sabe explicar muito bem. Será indução, ou hipnose involuntária?...
A mídia tem papel fundamental ao se encarregar de “generosamente” manifestar a presença do tal espírito natalino nas programações e, principalmente, na veiculação das famigeradas e mentirosas ofertas, do não menos famigerado comércio que não quer perder nenhum centavo do 13º dos pobres coitados. Estes, por sua vez, esperam o ano todo para receber uma quantia em dinheiro que se transformará em viagens, presentes e outros mimos pessoais.
Há quem seja mais esperto e, com a possibilidade de conciliar o dinheiro das férias remuneradas, conseguem juntar uma gorda soma para gastar, gastar e gastar. Mas há ainda os que se julgam mais espertos e se permitem abusar, exibindo aos parentes e vizinhos os últimos lançamentos em aparelhos eletrônicos ou o carro novo adquirido com pequena entrada mais prestações a perder de vista.
Já ia me esquecendo dos “mais espertos entre os espertos”: Aqueles que detonam todos os cartões de crédito; que estouram o limite especial e ainda se lambuzam com os “altruístas” empréstimos pré-aprovados – sentiu a ironia?

As comidas são um capítulo à parte. Estas ocupam o centro de verdadeiras orgias gastronômicas, que aprendemos a chamar de banquetes – ou, na linguagem mais clássica, ceias.
Nas mesas fartas, tudo o que nada, rasteja, anda e voa se misturam às verduras, legumes e demais vegetais preparados nas mais variadas receitas e estilos. Cozidos, assados, fritos, curtidos, etc. Tudo regado a muito vinhos, champanhes e refrigerantes. É comida pra dar, vender e (o mais deplorável) desperdiçar.
Para não dizer que não falei dos doces, para muitos seria um pecado imperdoável a ausência do terror dos diabéticos (a maioria deles não resistem a uma beliscadinha aqui, outra acolá) no gran finale das comilanças de final de ano. Canapés, pudins, pavês e outras maravilhas são empurrados goela abaixo, contrariando os sinais de saciedade emitidos pelo organismo já saturado (leia-se castigado) pelos excessos.

Não para por aí, não. Boa parte das pessoas começa a elaborar planos, planejar viagens, preparar festas e confraternizações com vários meses de antecedência. Então, em meio aos sentimentos ambíguos que oscilam entre a sinceridade dos que a despeito da época amam e respeitam de verdade as demais, e os que entre abraços e beijos de votos de “Feliz Natal e Próspero Ano Novo” terão apenas mais uma oportunidade de teatralizar, dissimular e fingir gestos e sentimentos – em festas de fim de ano demagogia pouca é bobagem.

Nesta época não é incomum presenciar maridos truculentos desejando numa noite a felicidade que suas esposas desejaram o ano todo; filhos abraçando pais humilhados e desprezados por eles mesmos; parentes fazendo fila para mais uma vez pedir desculpas por algo que fizeram ou deixaram de fazer; patrões ofertando panetones e espumantes dos mais baratos para empregados aos quais trataram o ano inteiro com indiferença e grosseria, etc. Além das muitas outras manifestações de sentimentos e atitudes que cairão no esquecimento assim que terminarem os festas de fim de ano; até que o espírito natalino nos visite outra vez. – pr Aécio

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

GERAÇÃO DOS INSACIÁVEIS

A geração consumista, voluptuosa e invejosa em que vivemos aprendeu que sempre é preciso mais e mais para sentir-se satisfeita. Ninguém se contenta com o que tem e isto tem causado uma série de problemas para indivíduos, famílias e sociedades inteiras. É a geração dos insaciáveis!
Para piorar a situação, ainda existem apóstolos da ganância que fomentam este comportamento com suas teologias narcisistas, antropocêntricas e não menos insaciáveis.
Alguns pais e mães também não ajudam em nada, pois contribuem para a deformação do caráter de seus filhinhos que mal saíram das fraldas, entregando-lhes celulares e outros eletrônicos caríssimos só para provar pros parentes e vizinhos que eles têm o poder. Assim, estas criaturinhas vão crescer achando que a vida é assim, quem tem e pode (comprar) mais, chora menos!
Redimensione isto tudo com um toque da mídia moderna, associada e aliada aos métodos publicitários cruéis que não dão nenhuma chance da pobre geração consumista de se defender, e terá a química maldita que molda o pensamento pós-moderno. Basta assistir aos comerciais, ver os outdoors ou ouvir campanhas radiofônicas para se sentir o sujeito mais miserável, caso não compre o novo lançamento automobilístico, por exemplo. Dê uma espiadela nas propagandas de produtos para emagrecer, como aquele em que contratam uma moça esbelta ou um cara malhado para convencer aos obesos de que é possível alcançar o corpo e peso ideais adquirindo o produto anunciado – em minha opinião isto deveria ser crime passível de pena sem direito a fiança!

Mas, estes comportamentos de querer tudo, desejar tudo, possuir tudo e ambicionar tudo para sentir-se pleno denuncia o vazio existencial e espiritual dos quais esta geração sofre. Pessoas mal resolvidas e mal amadas tendem a se locupletar com “coisas”. Quanto mais carência, mais necessidade de coisas; quanto mais depressão, mais busca por coisas; quanto mais frustração, mais autocompensação com coisas.
Denuncia também a decadência das famílias que são cada vez mais incapazes de prover aos seus membros a sensação de plenitude oriunda de sentimentos e relacionamentos verdadeiros, sinceros e consistentes. Muitos pais ausentes e frouxos na maneira de educar seus filhos optam pela compra do PC ou do Playstation para o filhinho não lhe cobrar atenção – ao menos a criança vai ficar ocupada e não terá tempo de querer a presença do progenitor. Da mesma maneira muitas mães modernas têm como sonho de consumo uma babá para que seus filhinhos sejam “bem cuidados” (ou melhor “que não lhes encham...”) – entendo que algumas não tem escolha por motivos justo e óbvios, outras são incompetentes mesmo.
Não sei se vou ajudar com minha experiência de família, mas desde cedo busquei mostrar para minhas cinco filhas que o mais importante para elas não eram as coisas, mas as pessoas, os valores morais e espirituais e os relacionamentos verdadeiros. Eu e minha esposa transferimos a elas ensinos dos quais sempre poderão e deverão ter em mãos quando a vida não se mostrar muito simpática, mesmo quando faltarem todas as coisas. Amor, carinho, diálogo, atenção e outras manifestações de afeto, por exemplo, foram e sempre serão nossa maior preocupação. Muitos de seus aniversários elas passaram sem ganhar um presente sequer, porém, em nenhum deles deixamos de declarar o quanto elas são importantes para nós, e o quanto as amamos. Por diversos natais não compramos sequer uma muda de roupas, muito menos brinquedos, mas sempre as cobrimos de amor e real interesse por seus problemas.
Pelo andar da carruagem, visualizo a geração de insaciáveis se perpetuando nas próximas gerações. Entretanto, creio, que entre os insaciáveis sempre haverá um remanescente: aqueles que não serão convencidos de que o mais importante é comprar, ter e possuir coisas para sentir-se feliz e pleno. Serão os que terão a capacidade de amar as pessoas e valorizá-las; de enxergar a vida com simplicidade; de investir em relacionamentos sinceros e de entender que o melhor e mais importante para nosso curto período de existência é tudo aquilo em que não necessitamos gastar nenhum centavo, que é de graça! - pr Aécio

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA - ÚLTIMA PARTE

NOVA!!!

A frase comum a todas as sete igrejas de Apocalipse (“...quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...”) possui uma relevância para todas as igrejas daquele e de todos os tempos.
É por não ouvidos a esta voz que muitas igrejas e denominações inteiras, estão em declínio, num espiral de heresias, escândalos e outros descalabros.
Não é de hoje que assisto, denuncio e critico a paradoxal decadência da igreja evangélica brasileira, por exemplo. Paradoxal por que na medida em que ela cresce em número, cresce também em escândalos; cresce monetariamente, mas cresce em divisões; cresce em número de denominações novas, mas cresce na arrogância; cresce na influência política, mas também cresce na condescendência com o pecado. Tudo isto por deixar de dar ouvidos à voz do Espírito Santo, para ouvir e obedecer a homens e mulheres perversos.

As pessoas estão insandecidas em muitas igrejas por causa das vozes humanas. Vãs filosofias, ensinos esdrúxulos, ilações ridículas e propostas inventadas fascinam aqueles que acreditam em homens que se utilizam das prerrogativas dos nomes de “bispo”, “apóstolo”, “missionário” e outras patentes para manipular as massas ignorantes. Estes ensinam as pessoas a crerem em copo com água supostamente abençoados após suas orações, e fazem-nas acreditarem que uma “rosa ungida” pode catalizar poder de Deus para espantar demônios e outros males! Eles também induzem as pessoas a crerem que são dotados de poderes sobrenaturais que as farão vencedoras e conquitadoras, ou que as arrebatará aos céus com supostas e ridículas “unções” jamais descritas na Bíblia!
As vozes persuasivas destes homens confundem as mentes das pessoas de uma maneira tão incrível, que mesmo quando suas mentiras são expostas, ou mesmo quando eles são pegos pela justiça, presos ou processados por crimes, conseguem convencer os incautos de que estão sendo perseguidos, e aí ficam mais poderosos ainda!
Milhares e milhares de pessoas saem de igrejas sérias seguindo “o canto da sereia” nas vozes de líderes, os quais as hipnotizam através de seus truques de oratória e promessas absurdas. É muito comum, e todo munda sabe, que muitos barões das grandes catedrais e mega templos atraem as pessoas tripudiando e ridicularizando as igrejinhas, para depois escravizá-las com o intuito de manter os gastos para manutenção de prédios que são verdadeiros “elefantes brancos”, cujas estruturas muitas vezes não tem relavância comunitária nenhuma.

Paulo escreve a Timóteo que nos “... ultimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (I Tm 4.1). Isto acontece todos os dias hoje em dia. Milhares de pessoas, sem discernimento ouvem o diabo falar e nem percebem, sabe por quê? Por que só querem benção; querem seus egos massageados mesmo em pecado; querem vitória sem nenhum esforço e querem um evangelho que se adeque aos seus caprichos.
Em determinadas igrejas a coisas é tão feia que há pastores “entrevistando demônios” para manterem as pessoas cativas aos seus ensinos não menos demoníacos!
Os demônios estão ativos, atuantes e prontos para omitir, distorcer e suprimir a Bíblia. Portanto, sempre que se ouvir alguém falando em nome de Deus é importante ficar atento se o que se fala é conforme a Palavra de Deus, para não ser enganado - é preciso ser como os bereanos (Atos 17.11). Por exemplo, existe alguma parte nas Escrituras orientando os crentes a usarem sal grosso para se proteger do mal? Não! Logo, esta é a voz do diabo! Unções proféticas, quebras de maldição por imposição de mãos, batismos pelos parentes incrédulos, reverência a símbolos judaicos (arca da aliança, shofar, candelabros), etc., podem também esconder vozes de demônios.

Finalmente, quem ouve a voz do Espírito Santo, não se ilude com as vozes humanas, nem cai no canto dos demônios... “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 3.22). – pr Aécio

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 7

NOVA!!!

Uma das marcas das igrejas modernas é o triunfalismo ufanista.
Nas mensagens, nas músicas e na literatura cristã atual o que não faltam são as declarações eufóricas de vitória.
“Decrete a sua vitória, irmão!” é o jargão que mais se ouve nos currais evangélicos afetados pelas teologias enlatadas, importadas das academias de falsos profetas americanas e despejadas por aqui desde meados dos anos 80.

Quando se fala em vencer logo vem à mente da cristandade hipnotizada pelos gurus da fé capitalizada o cifrão, a ascenção social, o iate, o carro importado e a viagem dos sonhos. Mas, as teologias que enfatizam o triunfalismo baseados em “coisas” são tão frágeis que, se tirarmos estas “coisas”, desmontamos suas teses como um castelo de cartas. Nem a maior denominação brasileira, edificada sobre o instável terreno da teologia da prosperidade – a IURD – escaparia da falência, e fatalmente não sobreviveria 10 anos mais se tirassem de sua cartilha as “campanhas”, “correntes” e “sessões” pautadas nestes ensinos, por exemplo.

As 7 cartas às igrejas da Ásia, em Apocalipse 2 e 3 concluem suas exortações com indicações de que há dentro de cada uma delas uma classe de fiéis que se destacam dos demais – são os vencedores, indicados pela frase “Ao que vencer...”.
A que espécie de vencedores se dirige o Espírito Santo? Seriam aqueles que estariam em melhores condições financeiras do que os outros? Ou os que estariam mais bem situados socialmente? Não, mil vezes não! Os vencedores mencionados nas entrelinhas ali são aqueles que não cederam às pressões das perseguições; que não se dobraram às heresias; que não sucumbiram em meio à tortura e não abriram mão da santidade.

A o espírito da igreja de Laodicéia exerce influência direta em todas as denominações que insistem em oferecer a falácia do evangelho da prosperidade, que enfatizam o possuir coisas e conquistar status aqui e agora, em detrimento aos valores mais elevados. Milhões de pessoas são enganadas todos os dias, nos púlpitos e nas redes nacionais das TV’s e rádios, pelos pregadores mecenários mais preocupados em garantir o aumento de seus patrimônios pessoais do que no bem estar daqueles que insistem em acreditar em suas mentiras. Aqueles querem vencer a miséria, estes abusam da miséria alheia.

“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono...” é o que promete Jesus aos vencedores que resistem bravamente à operação do erro que imperava em Laodicéia. Não, o Espírito Santo não prometeu pra eles nenhuma condição de vitória imediatista, nem posses materiais. Jesus faz uma promessa para a eternidade – aliás, tudo o que diz respeito à eternidade há muito vem saindo do rol de ambições e prioridades dos crentes modernos. O que vejo são os muitos cristãos metidos, orgulhosos e arrogantes, exibindo bens materias como se isto fosse o maior sinal da benção de Deus para Seus filhos – que é um grande equívoco. Carro importado, casa luxuosa, dinheiro e qualquer outro bem terreno não poderão nunca se comparar à esperança de reinar com o Senhor Jesus na eternidade. Estúpido é quem prega e defende a tese de que possuir coisas e galgar posições sociais é o maior atestado de vitória e benção de Deus... Mais estúpido ainda é quem acredita nisto e segue a quem prega e defende estas bobagens. – pr Aécio

sábado, 20 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 6

NOVA!!!

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20)

O versículo acima é o ponto alto deste capítulo, visto que ressalta mais uma vez a Graça de Deus sempre à disposição do pecador, oferecendo lhe a oportunidade de se reconciliar com Ele mesmo – “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.19).

Há muita gente perdida fora, mas dentro das igrejas também há muitos que ainda não têm a certeza da salvação. Milhões de crentes estão desviados dos caminhos do Senhor, conformados em serem meros frequentadores de cultos, mas, no entanto, suas práticas os denunciam. Fumam, bebem, roubam, mentem, traem seus cônjuges e cometem os mais horríveis pecados sem se incomodar de que serão arrastados para o inferno, sob a pena de terem conhecido o Deus da Graça, mas optaram em fomentar sua própria desgraça.

O convite ao arrependimento dos versículos em análise é a prova cabal de que por mais repugnante que seja a situação do pecador Ele continuará buscando-o. Ele mesmo sabe que o pecador por si só não terá satisfatórias condições para promover sua própria redenção. Nenhum ser humano, por mais bonzinho que seja conseguirá produzir arrependimento e mudança de vida naturalmente. Paulo escreve com propriedade sobre o assunto em Romanos 7.18, referindo-se à natureza humana: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum”.

Mas é preciso um ato voluntário, o “abrir a porta”. Isto sim fica por conta do pecador que, reconhecendo sua pecaminosidade, dá a si mesmo a oportunidade de ter sua vida mudada por completo. Sim, pois não há quem tenha deixado Deus entrar em sua vida que não tenha experimentado uma revolução radical em todos os aspectos dela.
Além de ter experimentado pessoalmente a transformação proporcionada pelo Evangelho, ao longo dos mais de vinte anos nos quais sirvo ao Senhor tenho o privilégio de conhecer uma infinidade de pessoas que foram mudadas por completo, transformadas totalmente. Não importa se é o idólatra que deposita sua fé em ídolos, se é o traficante que destrói comunidades inteiras ou se é o político corrupto. O fato incontestável é que o Evangelho de Cristo salva o mais terrível e miserável pecador; e quando Deus visita o pecador que abre a porta, a transformação vem.

O único pecador que o Evangelho não toca e Cristo não transforma é aquele que mantém a porta de seu coração fechada com o ferrolho do pecado. Muita gente procede assim: Quer os favores do Evangelho, mas não querem abandonar o pecado. Desejam o céu, mas não abrem mão da balada, da promiscuidade e dos vícios. Enquanto Jesus se oferece a cear com pecador, apresentando a Si mesmo como pão do céu e água da vida muitos preferem se banquetear com os dejetos deste mundo.
O momento mais oportuno para aceitar este convite é agora mesmo. Portanto, caso o amado leitor ainda não tenha entregue sua vida ao Senhor Jesus, faça-o neste instante e experimentará a vida nova que só Ele pode oferecer.
Faça uma oração de entrega, convidando-O a entrar em sua vida e certamente durante a oração já sentirá Sua presença e refrigério. Não precisa repetir as mesmas palavras, mas sua oração pode ser assim:

“Deus Pai, reconheço que sou pecador e recebo a Jesus Cristo, Teu Filho, como único Senhor e Salvador. Aceito o convite do Cristo que morreu na cruz para me salvar e permito que Ele entre em minha vida, que transforme-a para Teu louvor e Glória. Que o Teu Espírito me ajude a cumprir Tua vontade e viver segundo a Tua Palavra. Amém!” pr Aécio

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 5

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”

Pregar e ensinar sobre Deus repreendendo e castigando o pecado em nossos dias é estar disposto a ver caras feias e bocas retorcidas, e até perder membresia (ou será freguesia?) da igreja.

Na medida em que o tempo passa, passa também a percepção de que o amor de Deus não abre mão da repreensão e da punição devida, quando o pecado está em franca atividade na vida de um crente, ou de uma igreja. Não, não consigo visualizar Deus com um chicote na mão, açoitando os impenitentes como um algoz, ou como um pai severo que despeja sua fúria no filho rebelde toda vez que este faz algo que o desagrade. Não consigo imaginar Deus ofegante, à espreita da primeira oportunidade para demonstrar sua indignação. Entretanto, não consigo visualizar um Deus passivo e subserviente, omisso e condescendente com o pecado, com as heresias e com a apostasia.

As teologias modernas, encabeçadas pelo câncer conhecido como teologia da prosperidade tratou de caricaturar a imagem de Deus como se Ele fosse uma espécie de gênio da lâmpada, um bom velhinho escravo dos prazeres e deleites humanos, e só isso.
Muitos cristãos em nossos dias não servem a Deus, querem ser servidos por Ele, logo, elaboram em suas mentes a falsa idéia da ausência da retaliação necessária quando pecam, por exemplo. Por isto a gente tem tanto crente “meia-boca”... O que não faltam em nossas igrejas são crentes fajutas e isto se dá por esta falsa interpretação do caráter de Deus; do Deus que odeia, abomina o pecado e está disposto a despejar sua sentença – ainda que toda sentença decretada por Ele tenha como fundamento a disciplina correcional, pois não tem prazer na destruição ou na desgraça alheias.

Não teria nenhuma dificuldade em listar uma infinidade de passagens e versículos Bíblicos para ratificar a exposição acima, mas quero me concentrar no comentário do versículo em epígrafe. Observe que a punição não abre mão do amor e não há contradição nenhuma nisto! Gosto muito de ler Hebreus 12.6 quando diz que “... o Senhor corrige a quem ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. Como pai que sou e tendo que corrigir minhas filhas de vez em sempre, consigo entender esta afirmação plenamente, sem nenhum conflito! Portanto, como filho de Deus também, quero estar sempre disposto a aceitar Sua correção sempre que se fizer necessário!

A liderança da igreja de Laodicéia recebe um ultimato, extensivo a toda igreja: “Sê pois  zeloso e arrepende-te”. A palavra é dura, mas revela em seu bojo o desejo de Deus em ver o pecador arrependendo-se e voltando-se para Ele. Seu desejo é que o desviado pecador se esforce e mude de atitude, que reconheça seu estado deplorável e mude de vida. – pr Aécio

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ELEIÇÕES: POSLÚDIO

Acabou a agitação da época das eleições... Já não era sem tempo!
Até que chegue a próxima, fica o rescaldo e os pequenos focos fumegando – política é fogo mesmo. Aliás, nesta matéria conclui que a igreja brasileira está mais política que evangélica. Sério! Acho que se a gente não abrir os olhos, daqui a pouco teremos algumas fachadas com as seguintes inscrições nas placas: “Partido Universal do Reino de Deus”, ou “Partido das Assembléias de Deus”, ou ainda “Partido do Movimento das Igreja Pentecostais e Independentes”- e por aí afora.

Parece piada, mas não é. Ontem à noite (03/10/2010), zapeando à procura de alguma coisa interessante, parei na TV Senado e assisti um pouco do primeiro dia de trabalho da casa – nada interessante por sinal. Mesmo indiferente, estanquei o controle na fala de certa senadora do PT, que oscilou entre o combate do preconceito aos nordestinos ressuscitado e deflagrado via Twitter, e a vitória da candidata de seu partido. Neste ínterim, outro senador (evangélico) pediu um aparte, e falou mal dos evangélicos que falaram mal da Dilma... Crente falando mal de crente no Senado Federal pra todo mundo ver. Que lindo! Que nome a gente dá pra isso? “Desavença evangélica federal”?! Sei lá...

Tenho batido forte neste incômodo dilema da igreja brasileira, que já é divididíssima em várias questões. Pois bem, nas eleições se dividiu mais?...
Então, o que parecia impossível aconteceu: aumentou o abismo que divide a igreja evangélica brasileira! Sim, não bastassem as posições teológicas, as diferenças doutrinárias e as “frescuras” dos costumes, agora temos que dormir com este barulho: Temos nossas diferenças nas ideologias políticas e partidárias! Que horror!

Teve até pastores que quase chegaram às vias de fato... Isso mesmo, entre ameaças de bofetada e troca de ofensas, pudemos assistir cenas deploráveis, protagonizadas por homens que têm a reponsabilidade de ser “exemplo dos fiéis” (I Tm 4.12) – e que exemplo, hein?!
Os púlpitos, outrora reverenciados (às vezes até sacralizados), se tornaram mais um espaço útil pra se fazer campanha. Nas falas impregnadas de falsa moralidade, alguns pastores exageravam na rasgação de seda. Frases ensopadas de demagogia e falso pieguismo induziam os fiéis com chavões enviesados: “Vamos orar pelo nosso ilustríssimo candidato”... “nossa denominação apóia (leia-se vota) o candidato tal” – preste atenção nos grifos... Sentiu a hipocrisia?! Mas, infeliz mesmo foi a frase de um tal apóstolo: “Se você confia em mim, vote no fulano” – manipulação mais radical do que essa impossível.

Pra mim, estas eleições deixaram algumas marcas indeléveis. Uma delas foi a do Tiririca – que palhaçada. Outra marca interessante foi a “violenta” guerra de bola de papel e saco com água, deflagrada no segundo turno da disputa presidencial. A marca deixada pelas esquecidas e decadentes ex-celebridades no pleito, mostrou que vale tudo pra ressuscitar a fama, tudo mesmo.
Contudo, as marcas deixadas pelas igrejas arrendadas aos partidos políticos, bem como a dos escandalosas pastores posando em santinhos e expondo-se como puxadores de votos sem nenhum pudor nas nos horários de propaganda obrigatória, estas sim, são dignas de nota, pois deixaram nódoas que dificilmente se apagaram da minha mente, e da de muitos outros que ainda acreditam que a vocação da Igreja não é política, mas evangélica. – pr Aécio

terça-feira, 26 de outubro de 2010

LEIA A BÍBLIA

Algumas posturas e atitudes erradas (e comuns) em relação a Palavra de Deus:  
  1. O ateu a condena;
  2. O religioso a confunde;
  3. O negligente a despreza;
  4. O intelectual a questiona;
  5. O rebelde a resiste;
  6. O herege a distorce;
  7. O impenitente a evita;
  8. O hipócrita a banaliza;
  9. O crítico a censura.
 Posturas corretas em relação à Bíblia: 
  1. O crente a ama; 
  2. O convertido a teme; 
  3. O diligente a obedece; 
  4. O sábio a examina; 
  5. O humilde a aceita; 
  6. O salvo a pratica; 
  7. O arrependido a busca; 
  8. O sincero a deseja; 
  9. O adorador a reverencia.
 Apesar dos milhares de anos, a Bíblia é sempre atual e nenhuma produção literária em toda a história é capaz de ofecer respostas tão precisas sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade. 
A Bíblia, e só Ela, é a Palavra de Deus. Só ela é capaz de mudar a vida do mais desprezível pecador, para torná-lo um homem santo.

Todos aqueles que um dia depositaram a Fé nas Sagradas Escituras tiveram suas vidas totalmente transformadas - eu sou um deles!
E você? Quer sua vida transformada? Creia na a Bíblia! Pratique a Bíblia! - pr Aécio

terça-feira, 19 de outubro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 4

A mornidão espiritual é um fenômeno que acontece de forma processual, devagarinho.
Aos poucos, vão se instalando comportamentos que se transformam em hábitos difíceis de seu livrar. Não, não pense que toda pessoa “morna” espiritualmente é imoral, sem vergonha ou desprovida de escrúpulos. Nem todos os que esfriam na fé são vitimados por pecados horrendos, como aqueles que causam escândalos retumbantes.
Numa leitura mais acurada, podemos ler nas entrelinhas de Ap. 3.18, que há fatores determinantes para que este fenômeno se instale na vida de um cristão e, de forma virulenta, se espalhe para congregações inteiras. Um destes fatores é formado pela dependência, confiança e preocupação demasiadas com a posse de bens materiais; com o fanatismo pelo bem estar e realizações pessoais a qualquer custo.
Vejo cristãos tremendamente engajados com as questões da vida material e secular, empregando toda energia na conquista de melhores empregos, casas, carros e outros bens. Porém, não os vejo empreendendo nem a metade desta energia para crescerem na fé ou servirem na obra de Deus.
Acho superinteressante quando alguém fala com muita ênfase sobre as noites mal dormidas e dias exaustivos dedicados no preparo do vestibular, por exemplo. No entanto, o mesmo que “se mata” para passar no vestibular pode achar absurdo dedicar-se uma hora para o devocional diário, freqüentar a Escola Bíblica, ou ir mais de duas vezes por semana à igreja!

Na mesma medida, observo também aqueles que se entregam de corpo e alma para realizarem seus sonhos de consumo e, em contrapartida, investem nada ou quase nada na aquisição de conhecimento bíblico e na manutenção de sua própria fé - penso que isto é uma questão de inversão de valores e, a julgar por estes comportamentos, a fé de muitos crentes valem nada ou quase nada mesmo.

Certa vez Jesus disse “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mt 6.21). Ou seja, aquilo a que reputarmos maior valor será o que dominará nossas vidas, podendo chegar até mesmo a nos afastar da presença do Senhor. Muitos crentes estão desviados em função do excesso de trabalho e dedicação extrema às conquistas pessoais (e materiais).

Nossas igrejas estão cheias de “mendigos” espirituais andando de carro importado! Eles têm “grana”, mas não têm o fogo do Espírito; eles têm roupas importadas, mas estão despidos da Graça Salvadora, que livra o homem da desgraça eterna; eles têm bons planos de saúde, mas estão horrendamente enfermos na alma; eles freqüentam restaurantes caríssimos, mas suas almas estão desnutridas, famintas, porque há muito desprezaram o Pão Vivo; eles podem viajar e se divertir em lugares paradisíacos caros, mas correm o risco de jamais pisar no lugar que Ele preparou para todo aquele que O ama acima de todas as coisas!

Nas últimas décadas, para piorar a situação da Igreja – que já não andava boa –, surgiram teologias e movimentos controversos que corroem o Corpo de Cristo por dentro.
Teologias diabólicas e movimentos infernais, ambos supostamente apoiados por trechos bíblicos isolados do contexto, que têm afetado os sentidos do povo de Deus, em especial a visão. Isto pode ser constatado tanto pelo enorme contingente de ministros, como das multidões de crentes comuns que só têm olhos para coisas atraentes desta vida, porém, são cegos para as realidades espirituais.
Como Igreja, temos pago um preço altíssimo pela cegueira na área de evangelismo, discipulado e missões – por exemplo. Precisamos urgentemente de uma libertação na questão da visão espiritual. Nossas igrejas correm perigo e estão sofrendo terrivelmente nas mãos de ministros e crentes totalmente cegos para o que é eterno. Só a unção com o colírio do céu abrirá suas visões, a fim de que enxerguem além de seus próprios umbigos – antes que seja tarde demais! - pr Aécio

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 3

Laodicéia se tornou num ambiente insuportável para aqueles que ainda queriam viver e desfrutar da Graça como ela é: “sem dinheiro e sem preço” (Is 55.1).
A impressão que temos é que o coração daquela gente foi tomado pelo materialismo e pela inconsequente falsa segurança que este comportamento proporciona. Para eles, os presunçosos crentes laodicenses, não havia necessidade alguma que pudesse preocupá-los, embora estivessem totalmente desprovidos de riquezas morais e espirituais.
Então, o Senhor Jesus não deixa por menos ao revelar-lhes sua real condição, e ao chamar a igreja de “miserável”! Sim, esta é a única igreja que é chamada de miserável!

Nada é mais traiçoeiro para a Igreja do Senhor do que o desejo pelas riquezas temporais. A este desejo vou dar o nome de “espírito de Laodicéia” daqui pra frente.

O espírito de laodicéia está ativo em nossos dias. Por exemplo, no momento em que escrevo estas linhas tenho em mente os burburinhos envolvendo um ala das igrejas Assembléias de Deus no Brasil que está em franca decadência, caindo no fosso do ecumenismo disfarçado pelo discurso verborreico e político de seu líder máximo. Mas não é só nesta denominação, outrora rigorosa nos princípios bíblicos que flagramos a ação deste espírito. Há outros ministérios que se projetaram por aqui e ganham o mundo, trilhando caminhos semelhantes, que poderão levá-los ao colapso total em poucas décadas. Exemplos:

- A Igreja Renascer em Cristo está rendida aos delírios de sua liderança (um pequeno clã) que perdeu os limites da decência, da humildade e do bom senso;
- A Universal do Reino de Deus dispensa comentários – basta lembrar que seu arrogante “sumo pontífice” é um milionário excêntrico, megalomaníaco e controverso abortista confesso, então, a questão está resolvida;
- A Igreja Internacional da Graça é uma colcha de retalhos, um mosaico de ensinos e práticas que não resistem ao menor escrutínio bíblico;
- A Igreja Deus é Amor oscila entre o medievalismo de seus ensinos, os rumores que envolvem escândalos familiares e o acúmulo de riquezas de seus sinistros líderes-proprietários;
- A “caçula” Mundial do Poder de Deus, liderada pela um cria rebelada da Universal, imprime a concorrência vingativa no ritmo do “quanto pior melhor” (e bota pior nisto).

Além destes, há outros segmentos de menor porte e visibilidade, nos quais o espírito de Laodicéia está presente. Estes, atraídos pelo sucesso das “gigantes do ramo”, despertam o desejo de alcançar o sucesso que aquelas alcançaram e passam a imitar em seus pequenos nichos suas práticas deploráveis.

Discernir e rechaçar o espírito de Laodicéia é a única maneira de não entrarmos em rota de colisão com a Palavra. Todo crente foi chamado para andar nas “boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10), logo, deve observar se a igreja, movimento ou denominação da qual faz parte leva isto a sério, caso contrário, deve orar e buscar direção do Senhor para que Ele o conduza para outra igreja, etc.
Não é tão difícil discernir este espírito. Algumas evidências e traços peculiares podem nos ajudar a descobrir sua presença. Onde quer que estejamos, basta observarmos se há:
- Doutrinas e teologias que não se sustentam pelas Escrituras (prosperidade, riqueza, ausência de sofrimento, triunfalismo, campanhas disto ou daquilo, objetos ungidos, etc.);
- Ênfase demasiada em experiências do tipo “cair no espírito”, visões, revelações, etc., em detrimento ao discipulado contínuo;
- Lideranças dominadoras (geralmente concentradas nas famílias dos líderes e/ou fiéis “súditos”);
- Líderes esbanjadores, que adotam estilo de vida excêntrico muito próximo dos das celebridades;
- Pregações e músicas recheadas de heresias, como por exemplo o refrão do hit “Anjos de Deus”, onde “...têm, anjos voando neste lugar...” (como se anjos fossem desocupados que ficam vagando dentro de templos por aí). – pr Aécio

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 2

A Teologia da Prosperidade é uma maldição. É coisa mandada do inferno!
Grande parte dos problemas que acometem as igrejas modernas se explicam por este fenômeno que não pára de crescer e avançar como uma onda de águas violentas, imundas e fétidas.
No rastro da tal teologia vem os grandes rachas denominacionais, os escândalos financeiros e sexuais envolvendo líderes evangélicos e a proliferação da mentalidade materialista que achaca e achincalha o Evangelho.

Pastores metidos a pop stars e mega empresários da fé arrastam após si milhões e milhões de pessoas que se apegam com unhas e dentes às suas mensgagens mentirosas. No meio dests milhões está um misto de pobres e ingênuos incautos que se junta a estes interesseiros oportunistas, crendo que ficarão ricas, que deixarão de ser empregados para se tornarem patrõess, que andarão em carros importados, que farão parte da elite emergente e um monte de outras mentiras que não se sustentam no simples abrir das Escrituras.

Laodicéia caiu nesta armadilha: Deixou-se levar pelo espírito reinante daquele tempo e lugar; inlfamou-se pela luxúria e a altivez própria daqules que colocam sua confiança na falsa segurança das riquezas. O Espírito Santo não tinha vez em Laodicéia, assim como não tem vez nas “laodicéias” que se montam nas inúmeras esquinas de nosso país!

Pode ser que um grupo de membros da igreja de Laodicéia fez pouco caso da mensagem que o Senhor Jesus enviara através de João. Afinal, suas mentes aparentemente estavam contamindas pela fascinante (e falsa) vida farta e regalada. Provavelmente eles estavam enganados pela falsa crença de que para sempre seriam livres de doenças, lutas e das demais vicissitudes comuns a qualquer ser humano.
Porém, independente da disposição daqueles crentes quererem ou não ouvir, Jesus destila a sentença sem meias palavras. A igreja toda irá receber a mensagem que é ouvida em primeira mão pelo apóstolo, pastor e profeta João e, posteriormente, por seu líder maior.

Mas, também posso imaginar outro grupo com cara de horror e espanto, formado por aqueles que agora veem o fundamento de sua falsa fé se desintegrando, se desfazendo.
Há sempre um remanescente nestes meios. Aliás, até creio que algum remanescente esteja lendo estas linhas. Alguém que olhará em sua volta e verá que está envolvido numa rede de mentiras ensinadas e pregadas por seus pastores e líderes. Alguém que já depositou sua fém em campanhas, correntes, carnês abençoados e associações com ministérios milionários usados como fachadas para enriquecer impérios particulares de pequenos clãs, além de outros subterfúgios mentirosos. Alguém que levrará a sério, com tremor e tremor a sentença do Senhor e Cabeça da Igrera, Jesus: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”. - pr Aécio

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

JESUS ESTÁ LÁ FORA (AP 3.14-22) - PARTE 1

Eles se tornaram apáticos, indferentes. Os crentes daquela igreja perderam a nocão do santo e do profano. Já não sabiam onde começa e onde termina a santidade, apostataram. Isso lembra alguma coisa? Sim, nos remete à situações muito parecidas com nosso contexto atual, onde indivíduos e igrejas inteiras subvertem à fé e causam estragos ao testemunho do Evangelho.

Se pudéssemos fazer uma escala de responsabilidades, recairia sobre a liderança de Laodicéia a maior parte. O líder, o anjo da igreja, é denunciado, dissecado e exposto por aquele que é “testemunha fiel e verdadeira” – estaria Jesus afirmando nas entrelinhas que aquele líder teria de enfrentar às claras Aquele que conhecia tudo o que ele praticava no escuro? Sim, óbvio! Assim como já fez, irá fazer com muitos líderes de hoje que são extremamente zelosos na pregação, no cuidado com a aparência e no trato com as pessoas, porém, quando nossos olhos não os alcançam... Ai, ai, ai! Muitos destes mentem para suas esposas e filhos, se prostituem, se contaminam com pornografia, subornam, roubam e cometem um sem número de pecados. Não cometem todas estas coisas, como também compram e calam as vozes dos fracos, entretanto, nunca comprarão a “fiel testemunha” que conhece o que acontece nos solitários quartos de hotéis onde se hospedam conferencistas de renome, ou das tramas que se desenrolam nos gabinetes isolados das vistas dos fiéis, etc. Nada disto ficará impune!

A mornidão característica daqueles crentes, em Laodicéia, era causada pela mundanidade (ou mundanismo). Isto também acontece em nossos dias. O mundo exerce atualmente tanta pressão e influência sobre a Igreja que muitos cristãos desprovidos da presença do Espírito Santo, reproduzem em seu way of life tudo o quanto veem, ouvem e leem, deixam-se absorver pelas modas, pelos costumes e pelos traços culturais pervertidos. Por exemplo, a cultura do “ficar” veio para ficar, transformando muitos jovens em fornicários contumazes – já não é tão incomum namorados “crentes” dormirem juntos e transarem sob os auspícios dos pais (também “crentes”). A onda das “baladinhas gospel” arrebanha adeptos e toma proporções gigantescas, fazendo com que algumas “festinhas de crentes" se pareçam com os típicos inferninhos dos bailes funk e das raves movidas por aquelas horríveis músicas psicodélicas, tipo “bate-estaca”.

Mas, Ele não faz média – como o fazem os pregadores 171. Todo mundo tem que saber que com Ele não há meio termo, meio crente, nem meio santo ou meio convertido. 
Tem muitos pregadores por aí alisando a cabeça de endemoninhado, inconverso e ímpio que não quer mudar de vida.
No afã de encherem seus auditórios e não perderem público (e dízimos), muitos pastores praticam a condescendência com diversas práticas pecaminosas ou simplesmente se omitem, com medo de perder o filão! Mas com Ele não é assim. Sem rodeios, Jesus dá o recado: “...vomitar-te-ei da minha boca..."! - pr Aécio

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SOBRE A IDOLATRIA EVANGÉLICA


“Portanto, meus amados, fugi da idolatria.”  -  I Co 10.14

A idolatria evangélica se consolida de maneira incontestável. Não há como escapar das evidências gritantes que denunciam esta crescente onda de se prestar culto a deuses que vão sendo criados, sacramentados e adorados nos altares levantados pelo povo outrora avesso a tal prática.

Os templos deixaram de ser lugares de adoração e se transformaram lugares adorados. 
A idolatria por templos há muito vem se instalando entre as denominações que disputam a primazia arquitetônica. A idolatria aqui se configura nos milhões investidos em igrejas repletas de artifícios high tec, mas podem se manifestar no pretencioso e ambicioso futuro centro de romaria gospel que a seita IURD irá construir em São Paulo.
Podemos encontrar templos que consumiram milhões em dízimos e ofertas que hoje estão abandonados, porém, o cúmulo do absurdo é saber que há até denominações cometendo a insensatez de transformar templo em museu!

A pastorlatria, a bispolatria e a apostolatria chegam a níveis tão escabrosos que alguns deles já se auto intitulam “pais” e “patriarcas” – isto é idolatria pra diabo nenhum botar defeito!
Homens e mulheres que deveriam levar as pessoas a adoração ao único Deus, roubam a glória do Criador com suas excentricidades e performances recheadas de efeitos especiais; com técnicas de oratória e muito, muito jogo de cena. Estes são capazes de gerar catarse coletiva em estádios lotados de gente ignorante das verdades bíblicas. Os tais estão longe da vida piedosa e da santidade características de verdadeiros servos de Deus.

Na era das celebridades instantâneas, cantores, bandas e outros artistas do meio evangélico levam platéias ao delírio – platéias estas, em sua grande maioria, atraídas pelos espetáculos de luzes e sons ou simplesmente interessados em seus ídolos, nada mais. Alguns ensaiam gritos que confessam seus pecados ao escancararem sua apostasia: “...cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.

Não poderia deixar de comentar sobre as famigeradas e idolátricas campanhas e correntes que se instalaram de tal maneira nas mais distintas denominações, deformando a prática da fé de tal forma que muitos crentes de hoje são tão viciados em patuás e mandingas à moda evangélica  que muitos deles não dão um passo sequer sem certas práticas ritualísticas, ou sem seus objetos de sorte. É fogueira santa pra cá; é sal grosso e rosa ungida pra lá... Enfim, tudo tão semelhante ao paganismo e pra macumbeiro nenhum botar defeito!

Mas, ainda há muitas coisas que os crentes modernos idolatram. Em tempos de supervalorização da estética e apego material, há muitos crentes que idolatram seus próprios corpos, que dedicam horas e horas para alcançar um bumbum perfeito, mas não encontram tempo para orar e praticar devocional bíblica. Há os que idolatram seus bens, suas famílias, seus hobbies, suas empresas, suas agendas e até suas carreiras.

Toda idolatria é demoníaca, logo, crentes idólatras estão desviados e não têm parte com Deus. É preciso que haja reconhecimento de que tais práticas são reprováveis; faz-se também necessário o arrependimento e conversão genuínos, seguidos de sincera decisão em viver sob o domínio do Espírito Santo e a regência da Palavra. Só assim haverá libertação.  -  pr Aécio

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ACRÓSTICO - 2










Com que direito tornas a vida do outro difícil, se precisas de

Outro que facilite a tua?

Não, não é sábio!

Fazer o outro sofrer é falta de

Inteligência! É doença?! Ou...

Demência?!

Êia... Medite, pense, raciocine:

Não é sábio desprezar aquele de quem um dia poderás precisar!

Cuide das pessoas! Amando-as ou não, abrace-as e

Insistas para que nunca te abandonem.

Assim, tua vida poderá ser mais amena e nela verás muito mais

Sentido.

- pr Aécio -

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

COISAS DE PASTOR

Baseado em minha experiência ministerial, vejo na jornada de um pastor que a gente perde muitas coisas quando migra da pacata e cômoda vida de cristão comum, para esta agitada e atribulada vida – é um choque e tanto.
Que saudade daquele tempo em que a igreja representava apenas um lugar para exercitar minha fé; quando significava um refúgio para onde corria com a certeza de que ao menos um louvor uma palavra ou uma conversa com alguém amenizaria em maior ou menor grau as minhas inquietações.
De todas as coisas que perdi, por exemplo, me atrevo a escrever sobre as que forem surgindo em minha mente:

• Perdi o direito de sentar num banco e ficar ali, quietinho, com a certeza de que não serei chamado a qualquer momento pra resolver isto ou aquilo.

• Perdi o prazer de contemplar e louvar o Criador sem as preocupações inerentes ao culto (liturgia; conforto dos ouvintes e funcionamento da estrutura da igreja).

• Perdi a liberdade de chegar à igreja sem antes ser abordado por alguém que tem um recado, uma novidade, uma confidência... uma fofoca.

• Perdi a ingenuidade típica daqueles que não conhecem o que acontece nos bastidores dos “poderes” eclesiásticos.

• Perdi o direito de simplesmente não querer me envolver, decidir ou opinar sobre a vida das pessoas.

Mas, justiça seja feita, não posso deixar de dizer que nem só de perdas se faz um pastorado.
Ganhei muito nestes anos de ofício pastoral. Ainda não me atrevo a dizer que mais ganhei do que perdi – seria piegas e hipócrita se o fizesse.

• Ganhei amigos, uma rede deles. Pessoas em quem posso confiar e sei que confiam em mim – descobri que amigos, ainda que poucos, são um bem necessário.

• Ganhei a oportunidade de conhecer as pessoas mais de perto e levei um susto! Descobri que o ser humano é de uma complexidade tão absurda que só mesmo o Criador para compreendê-lo em sua totalidade – isto me facilitou ajudar aos que me procuram mesmo sem entender porque agem, ou fazem isto e aquilo.

• Ganhei experiências mais profundas com Deus. Aprendi a depender e a confiar n’Ele mesmo quando dá tudo errado ou quando O sinto tremendamente distante ou alheio ao meu sofrimento.

• Ganhei uma consciência mais ampla de minhas próprias limitações, fraquezas, medos e demais contradições. Deixei de ser demasiadamente exigente e intransigente comigo mesmo e passei a cuidar mais de mim.

• Ganhei uma fé mais sóbria e mais consistente. Isto é, a fé que não depende de sinais, de eventos ou de sensações; a fé que não aumenta só porque alguma coisa deu certo e diminui porque algo deu errado.

- pr Aécio -

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

“MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM” – Jr 17.7

Esta afirmativa bíblica é muito forte, concordo, mas creio que ela encerra uma reflexão necessária, sobre em quem realmente podemos confiar numa época onde a fidelidade das pessoas nas relações e demais dinâmicas interpessoais é fluidificada e fragilizada por causa das intenções e interesses cada vez mais exclusivistas, vaidosos e fúteis.

Você já deve ter ouvido frases do tipo “Não confio nem em minha própria sombra!”. Pois é assim que muitas vezes nos sentimos quando somos envolvidos por uma onda de desconfiança e descrença nas pessoas - e isto é péssimo, é horrível.

Não poder confiar nas pessoas; não poder desfrutar de amizades arraigadas em níveis máximos de confiança é algo desalentador, além de estressante.

A quem confiar segredos?
A quem abrir o coração, rasgar a alma?
A quem recorrer quando as emoções se confundem?
A quem pedir socorro quando as tentações se tornam insuportáveis?
A quem pedir ajuda na necessidade com certeza de não vai se tornar refém do favor?

Esta as muitas outras perguntas se tornaram difíceis, às vezes impossíveis de se responder, dada a carência de pessoas realmente dignas de confiança, que não queiram simplesmente especular nossas carências e debilidades – sem falar daquelas que querem apenas tirar proveito das outras, imbuídas do predatório comportamento “sangue-suga”.

Em todas as circunstâncias em que as relações humanas são imprescindíveis, só é válido, aceito e útil o mais alto grau possível de confiança, caso contrário, se instalam “vícios” comportamentais que podem permanecer em estado refratário por vários anos, ocasionando um permanente clima de tensão; ou, então, em drásticas rupturas com possibilidades de tragédias, como aquelas que terminam em crimes passionais, por exemplo, como no caso das relações amorosas onde se constatam infidelidade.

A crise de confiança se instalou de tal maneira em nossa sociedade, que não é só nas pessoas que encontramos dificuldade em confiar. Não confiamos no Estado; não confiamos em muitas empresas de bens de consumo ou de serviços, enfim, estamos encurralados.

Mas, nem tudo está perdido! Podemos nos esforçar para sermos pessoas dignas e merecedoras de confiança.
Não existem cursos ou métodos que se proponham a nos tornar realmente confiáveis. Mas, podemos adotar um estilo de vida onde nossos comportamentos evidenciem honestidade, justiça, amor e real interesse pelas pessoas – com suas carências físicas, emocionais, espirituais, etc. Creio que, se fundamentamos nossas amizades e demais atividades da vida sobre estes quatro pilares, poderemos, aos poucos, conquistar a confiança plena de todos à nossa volta. – pr Aécio

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A MENSAGEM É A CRUZ

Fico cada vez mais impressionado com a incapacidade que os pregadores modernos têm de pregar sobre a cruz. Digo que são incapazes não por não possuírem preparo teológico, acadêmico ou algo parecido. Tornaram-se incapazes por que se deixaram seduzir pelo espírito da concupiscência que governa esta geração.
Eles pregam sobre prosperidade, sucesso e prestígio, mas não pregam sobre o Cordeiro que foi sacrificado para tirar o pecado do mundo. Logo, o que resta? Um monte de ricos narcisistas que continuam atolados em seus pecados e condenados ao inferno! É isso mesmo, sem cruz não há perspectiva de salvação!
As argumentações das pregações atuais são catastróficas em matéria de fidelidade às Escrituras, por exemplo. E quando se usa a Bíblia, comete-se as distorções mais absurdas e desavergonhadas! Os pregadores new age já nem disfarçam mais! Nem se preocupam se vão ser retaliados, querem o dinheiro das pessoas e o resto que se dane! Para estes não importa se o pecador vai passar o resto da eternidade nas densas trevas do inferno, o que importa é o quanto podem “contribuir” para engordar o caixa (2, 3, 4...) de suas organizações (ou empresas)! O que importa é se seus seguidores têm uma posição social que vai mostrar pra vizinhança algo do tipo “Olha, têm gente importante na minha igreja”!

Um crente pode viver sem dinheiro, mas não pode viver sem a cruz! Sim, em nenhum momento as Escrituras dizem que teríamos dinheiro sobrando ou vida fácil “em nome de Jesus”. Esta mentira está sendo repetida à exaustão por gente que não tem misericórdia, lobos cruéis que já fizeram a vida em cima da boa fé dos incautos. Empresários passando-se por pastores, apóstolos, bispos, etc.; magnatas que acumulam fortunas em nome de Deus; especialistas em renda que tomam de assalto o santo ministério; investidores vorazes preocupados com o seu bem estar (e de sua prole), disfarçados de bons samaritanos; ditadores que solapam a dignidade da fé pura e simples em Jesus em nome de suas ambições pseudo-reveladas.

O pregador sem a cruz é um farsante... Um canalha! Qualquer que seja a mensagem, independente de qualquer que seja o assunto ou tema deve culminar no sangue do Filho de Deus escorrendo pelo madeiro!
Que qualquer argumentação que não leve o pecador ao silêncio do Getsêmani, e não termine no alto do Gólgota seja anátema!

A mensagem é a cruz... A cruz de Cristo! - pr Aécio

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

“COM A TUA AJUDA PASSO PELO MEIO DUM ESQUADRÃO” - SL 18.20

Já diziam nossos antepassados que “a vida é dura pra quem é mole” – utilizando-se da simplória, porém certeira filosofia cotidiana.
Todos os dias tem gente se entregando às vicissitudes frequentes e comuns a todos os homens. Gente que “aborta” suas chances de vitória, decidindo entregar os pontos sem ao menos tentar mais uma vez, nem que seja por um simples ato de bravura, por força do ímpeto ou por mera inspiração.

Parece que temos uma tendência de desconhecermos nossa própria força, ou de fazer de conta que não podemos coisa nenhuma. Pior que isto: desconhecemos a força que opera em nós, d’Aquele que disse “não te deixarei, nem te desampararei” (Js 1.5) - ou será simplesmente não nos damos a chance de conhecê-la o suficiente?

Em toda disputa em que há perdedor e ganhador, o resultado pode revelar mais que um placar, um prêmio. Nossa derrota ou nossa vitória pode ser definida antes mesmo de entrarmos no páreo. Depende de nossa atitude, de nosso estado interior e de nossa visão de confiança.
Antes de o vitorioso surgir para o público, já brilhou no pódio da alma, do coração, “pois assim como imaginou na sua alma, assim é” (Pv 237).

Falo como quem muitas vezes se entregou antes de lutar, ou como quem até lutou algumas vezes por pura teimosia e por vaidade; outras vezes sem nenhum interesse ou ânimo de vencer. Mas posso também falar como quem já levantou troféus antes mesmo de entrar na batalha.
Com as derrotas aprendi que meu maior inimigo sou eu mesmo, quando me permito não acreditar em meu potencial e capacidade; quando me deixo ser convencido pelo mesquinho espírito de pessimismo; quando cedo ao orgulho de achar que me basto; quando me entrego ao cômodo comportamento do “deixa como tá, pra ver como é que fica” e quando me deixo possuir pela idéia de que os outros são sempre melhores, maiores e mais fortes do que eu.
Com as vitórias aprendi que, ainda que eu não possa com tudo e todos, “posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13); que posso “da fraqueza tirar forças” (Hb 11.34); que preciso explorar mais dos meus recursos interiores; que posso despertar habilidades adormecidas e potencializar as negligenciadas; que todos os meus adversários se tornarão muito pequenos, todas as vezes que puder encará-los com ousadia e fé. – pr Aécio

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EU TE AMO, IRMÃO, MAS NÃO ME CONTRARIE!

Falar do coração (e francamente) é muito mais difícil do que falar por conveniência ou querer simplesmente tratar de amenidades. Escolhi a primeira opção, mas só depois tive a consciência de que seria missão quase impossível falar, pregar ou mesmo escrever sobre posições ou opiniões ditas “polêmicas” ou fora dos daqueles padrões que a gente considera evangelicamente aceitos. Mas, até quando vamos tentar tapar o sol com a peneira querendo provar que somos um povo perfeito e que não precisamos de uns chacoalhões, pra ver se ao menos melhoramos no que tange à prática da fé que professamos?

Não há como negar que há muita coisa errada entre nós, e que não adianta querermos rechear nossas explicações com o enjoativo evangeliquês ou com teologiazinha de comadre! Há muita coisa podre em nosso meio e pronto! Há muita gente fingida, grosseira, mentirosa, traiçoeira, hipócrita, etc., em nosso meio, e não se discute o caso...
Há muita confusão no entendimento da mensagem de Jesus que resulta numa prática religiosa que na maioria das vezes se parece com tudo, menos com Cristianismo. Esta afirmação baseia-se na premissa de que não adianta um indivíduo dizer que tem Cristo no coração, se ele não tem o coração de Cristo – é como querer plantar bananeiras na Antártida. Da mesma forma, crer no Cristo que deu a vida por todos, mas não querer dar uma fração da nossa vida em favor de alguém é presunção.


Nós, cristãos evangélicos, somos viciados (se incomodar “viciados”, pode trocar por condicionados) em chavões e comportamentos aprendidos, inculcados de maneira repetitiva através das pregações ou de estudos bíblicos durante anos e anos. Nestas pregações e ensinos somos “doutrinados”, por exemplo, a amar as pessoas. Então, mesmo sem a gente entender muito bem o que é esta “coisa” de amar a alguém que nunca vimos, com quem que não temos nenhum vínculo ou afinidade, nos condicionamos ao chavão “temos que amar como Jesus amou” e aí dizemos: “Eu te amo meu irmão, com o amor de Jesus!”.

Mas, amar como Jesus amou não é como apertar um botãozinho do microondas, escolher a opção “ame como Jesus”, esperar trinta segundos e “pííííí”, estamos prontos para dar a vida pelo ilustre desconhecido que ficou do nosso lado no culto do domingo!
Amar como Jesus não é um exercício mental, nem a obediência cega a um mandamento, ou mesmo um dever que a gente cumpre para não se sentir culpado.
Amar como Jesus requer maturidade espiritual – meninos na fé, carnais, são incapazes de amar assim.
Amar como Jesus exige que a velha natureza tenha sido crucificada – pessoas não transformadas usam e abusam do amor como se fosse uma recompensa que se dá e que se recebe, mas quem foi transformado sabe que amar com Jesus é “graça pura”!

Amar como Jesus não se aprende na Escola Dominical, acontece quando somos capazes de enxergar nossa própria miserabilidade na miséria alheia – muitos crentes acham difícil amar pessoas que os contrariam, mas se esquecem de que éramos inimigos de Deus, mas mesmo assim Ele nos amou. – pr Aécio

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CRÔNICAS – I

A MENINA, A MAÇÃ E O DIABO

Certa manhã, uma pequena menina passeava despreocupadamente pela feira de domingo próxima à sua casa.
Uma maçã atravessou pelo chão, rolando sobre seus pés.
Num ato reflexo, ela se abaixou e pegou a fruta. De repente, um homem apresentou-se dizendo que aquela maçã lhe pertencia, que havia caído de sua sacola.
Antes mesmo de entregá-la para aquele desconhecido, outro homem, com um avental encardido, se apresentou como dono da banca de frutas ao lado e, portanto, a maçã lhe pertencia. A celeuma estava armada!

Em poucos minutos se formou uma roda de fregueses e feirantes curiosos, atraídos pelo bate-boca que já se estendia por alguns minutos.

- A maçã é da menina! Foi ela quem a achou! – Gritou um senhor no meio da turba.

- Não, não... É do dono da barraca. Alguém deve ter esbarrado na banca, e a bendita fruta caiu! – Disse outro curioso.

- Comprei meia dúzia delas e só tenho cinco em minha sacola, logo, é minha! - Esbravejou o primeiro homem a reclamar a posse da disputada maçã.

Sem nenhum acordo aparente, o entrave se estenderia pelo dia todo, não fosse a “pérola” gritada de outro feirante, crente fervoroso, que esperava o momento oportuno para liberar toda sua sabedoria e espirituosidade:

- Esta fruta só pode ser do diabo! Pra causar tanta briga, só pode ser do enxerido mesmo!

A menina agarrou a fruta com as duas mãos, escondeu-a nas costas e disse com um olhar desafiador:

- Tudo bem! Agora que já sei quem é o dono, assim que ele aparecer eu mesma entrego!

Enquanto a pequena multidão se desfazia sem uma só palavra, a menina desaparecia em meio a carrinhos, sacolas e o trânsito típico das feiras de domingo.

Os dois homens que disputavam a posse da maçã se entreolharam furiosamente, mas também se retiraram em silêncio, cada um para seus afazeres.

Enfim, de quem era a maçã?

- pr Aécio -