quarta-feira, 8 de setembro de 2010

“MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM” – Jr 17.7

Esta afirmativa bíblica é muito forte, concordo, mas creio que ela encerra uma reflexão necessária, sobre em quem realmente podemos confiar numa época onde a fidelidade das pessoas nas relações e demais dinâmicas interpessoais é fluidificada e fragilizada por causa das intenções e interesses cada vez mais exclusivistas, vaidosos e fúteis.

Você já deve ter ouvido frases do tipo “Não confio nem em minha própria sombra!”. Pois é assim que muitas vezes nos sentimos quando somos envolvidos por uma onda de desconfiança e descrença nas pessoas - e isto é péssimo, é horrível.

Não poder confiar nas pessoas; não poder desfrutar de amizades arraigadas em níveis máximos de confiança é algo desalentador, além de estressante.

A quem confiar segredos?
A quem abrir o coração, rasgar a alma?
A quem recorrer quando as emoções se confundem?
A quem pedir socorro quando as tentações se tornam insuportáveis?
A quem pedir ajuda na necessidade com certeza de não vai se tornar refém do favor?

Esta as muitas outras perguntas se tornaram difíceis, às vezes impossíveis de se responder, dada a carência de pessoas realmente dignas de confiança, que não queiram simplesmente especular nossas carências e debilidades – sem falar daquelas que querem apenas tirar proveito das outras, imbuídas do predatório comportamento “sangue-suga”.

Em todas as circunstâncias em que as relações humanas são imprescindíveis, só é válido, aceito e útil o mais alto grau possível de confiança, caso contrário, se instalam “vícios” comportamentais que podem permanecer em estado refratário por vários anos, ocasionando um permanente clima de tensão; ou, então, em drásticas rupturas com possibilidades de tragédias, como aquelas que terminam em crimes passionais, por exemplo, como no caso das relações amorosas onde se constatam infidelidade.

A crise de confiança se instalou de tal maneira em nossa sociedade, que não é só nas pessoas que encontramos dificuldade em confiar. Não confiamos no Estado; não confiamos em muitas empresas de bens de consumo ou de serviços, enfim, estamos encurralados.

Mas, nem tudo está perdido! Podemos nos esforçar para sermos pessoas dignas e merecedoras de confiança.
Não existem cursos ou métodos que se proponham a nos tornar realmente confiáveis. Mas, podemos adotar um estilo de vida onde nossos comportamentos evidenciem honestidade, justiça, amor e real interesse pelas pessoas – com suas carências físicas, emocionais, espirituais, etc. Creio que, se fundamentamos nossas amizades e demais atividades da vida sobre estes quatro pilares, poderemos, aos poucos, conquistar a confiança plena de todos à nossa volta. – pr Aécio

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